quarta-feira, 16 de novembro de 2011

ECONOMIA: Bolsas na Europa operam em direções divergentes, após relatório do BoE

Do ESTADÃO.COM.BR

E&N TEMPO REAL

Yolanda Fordelone
As bolsas europeias operam sem direção única, afetadas pelo relatório do Banco Central da Inglaterra (BoE, em inglês). A autoridade monetária disse que a economia do Reino Unido crescerá menos do que o esperado devido ao impacto da crise da dívida da zona do euro sobre as exportações do país, sugerindo que poderá adotar mais medidas de estimulo econômico.
O comitê de política monetária do banco central inglês afirmou também que a taxa anual de inflação provavelmente cairá fortemente em 2012 e ficará abaixo de 1,5% em 2013, aquém da meta de 2%.
Mais cedo, as bolsas tinham se recuperado da fraqueza inicial, conduzidas por papéis de bancos, enquanto os yields (retorno ao investidor) dos bônus da Itália recuaram das máximas, após o Banco Central Europeu comprar títulos italianos, espanhóis e portugueses, segundo traders. Dados da inflação da zona do euro também ajudaram para tom positivo nos mercados.
Por volta 8h55 (de Brasília), Londres (-0,37%), Frankfurt (-0,59%), Paris (+0,49%), Madri (+1,34%) e Lisboa (+0,43%) e Milão (+1,12%).
Entre os indicadores econômicos divulgados hoje, a Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia, reportou que a taxa anual de inflação na zona do euro ficou em 3,0% em outubro, inalterada ante a máxima de três anos registrada no mês passado. Na comparação com setembro, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) avançou 0,3%. Os números ficaram em linha com as previsões dos analistas ouvidos pela Dow Jones.
Já o Escritório Nacional de Estatísticas do Reino Unido afirmou que taxa de desemprego atingiu 8,3% em outubro, o maior nível desde 1996. O número de desempregados aumentou 129 mil, para 2,62 milhões, o nível mais alto desde 1994.
Na Itália, o índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) subiu 0,6% em outubro, em relação ao mês anterior. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o CPI avançou 3,4%, após ter aumentado 3,0% em setembro, reportou o Instituto Nacional de Estatísticas (Istat).
No front corporativo, os papéis da Vivendi subiam 4,10% em Paris, apesar de a companhia ter registrado uma queda de 35% no lucro líquido do terceiro trimestre. A empresa afirmou que pagar um dividendo mais alto neste ano.
As ações da Bayer tinham alta de 1,59% em Frankfurt, após a companhia afirmar que prevê que suas vendas na Ásia aumentarão 60% em 2015. A empresa também anunciou planos para expandir mais sua produção, rede de distribuição e atividades de pesquisa na região.
Já as ações da fabricante de chips Infineon caíam 4%, com a previsão da companhia de queda das vendas no atual ano fiscal. A empresa prevê que as vendas recuarão 10% nos três meses que terminam em 31 de dezembro, em bases trimestrais.
Em Londres, os papéis da corretora ICAP recuavam 3,2%, após a companhia divulgar seus resultados no primeiro semestre. A ICAP afirmou que seu lucro ajustado antes de impostos subiu 2%, enquanto a receita ficou estável em 867 milhões de libras.
Os traders destacaram que ainda existem ligeiras preocupações de que os problemas na Itália e na Grécia possam se espalhar para a França e Espanha, após o custo para assegurar dívidas soberanas desses dois contra default atingir novas máximas recordes ontem.
“Se o aumento dos spreads continuar, e eles estão começando a afetar agora o que você considera países centrais, temos que começar a questionar em que estágio a Alemanha perde seu status de porto seguro”, disse Gary Jenkins, da Evolution Securities.
“O movimento dos investidores dos bônus de países com dívida e déficits altos para os bônus do governo da Alemanha tem sido compreensível, mas se chegarmos a um ponto em que a Itália e a Espanha já não consigam mais se financiar no mercado e os títulos franceses se tornarem estressados, temos de olhar para o efeito que isso teria sobre a Alemanha, acrescentou Jenkins.
Enquanto isso, a situação política na Itália continua a ser acompanhada de perto. O primeiro-ministro, Mario Monti, deverá apresentar seu plano de austeridade ao Parlamento ainda nesta quarta-feira. Os traders observaram que há incerteza sobre se os legisladores italianos concordarão com as medidas de austeridade e para estimular o crescimento, que vão além daquelas negociadas pelo ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, na cúpula europeia em outubro.
A Grécia também estará firmemente no centro das atenções, com um voto de confiança sobre o governo, previsto para ser realizado mais tarde. O líder do partido Nova Democracia, Antonis Samaras, jogou mais incerteza na terça-feira, dizendo que ele vai apoiar o novo governo, mas não vai assinar o compromisso por escrito exigido pelas autoridades da União Europeia. As conversas sobre envolvimento do setor privado no segundo pacote de resgate para a Grécia começaram, mas esta promessa por escrito deve ser assinada para que o país receba a sua próxima parcela de ajuda. As informações são da Dow Jones.
(Clarissa Mangueira, da Agência Estado)

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