quarta-feira, 13 de abril de 2011

MUNDO: Egito ordena detenção provisória de Hosni Mubarak e seus dois filhos

Do UOL


A Procuradoria Geral do Egito ordenou nesta quarta-feira a detenção por um período de 15 dias do ex-presidente Hosni Mubarak e de seus dois filhos, Alaa e Gamal, segundo informações oficiais. Os três estão sendo investigados por corrupção e pela participação nos ataques aos manifestantes que exigiam a saída do ex-presidente egípcio, que governou o país por 30 anos. Segundo um comunicado da Procuradoria Geral egípcia publicado em sua conta no Facebook, a ordem de detenção foi emitida depois que a Procuradoria apresentou as acusações contra eles e de acordo com o desenvolvimento das investigações judiciais. As ordens de detenção foram entregues à seção de Polícia responsável, acrescenta o texto. Na terça-feira (12), Hosni Mubarak foi levado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após sofrer um ataque cardíaco, segundo a imprensa local. Ele foi hospitalizado no balneário de Sharm El-Sheikh, no nordeste do país, depois de passar mal durante um interrogatório sobre corrupção e violação dos direitos humanos em seu governo (1981-2011). Uma fonte do Hospital de Sharm el-Sheikh desmentiu que Mubarak tenha sido transferido ao Cairo e anunciou que seu estado de saúde é "instável".A fonte médica, citada pela agência de notícia estatal "Mena", disse que Mubarak ainda está hospitalizado nesta localidade litorânea, na Península do Sinai, e que não foi levado a um hospital militar do Cairo, como garantiram previamente fontes dos serviços de segurança ao jornal "Al-Ahram". Mubarak foi questionado por promotores acerca da morte de centenas de manifestantes durante os protestos que levaram à sua saída após 30 anos de poder, em 11 de fevereiro. Os protestos, que levaram a diversos confrontos entre manifestantes, policiais e simpatizantes de Mubarak, deixaram cerca de 800 pessoas mortas e mais de 6 mil feridas. Segundo a TV estatal, funcionários do hospital disseram que o ex-presidente vinha se recusando a comer e a beber desde que o promotor público Abdel Magid Mahmud ordenou a investigação, no domingo, como parte de uma varredura de casos de corrupção e abuso. Suspeita-se que Mubarak tenha usado a estratégia para prejudicar seu estado de saúde voluntariamente e comprometer o interrogatório. O jornal estatal Al-Ahram, citando fontes em Sharm el-Sheikh, informou em seu site que Mubarak tinha ido ao hospital "a pretexto de um mal-estar, a fim de não enfrentar um interrogatório". O diretor do hospital afirmou que a situação de Mubarak, de 82 anos, era "quase estável". "Mubarak foi admitido no Hospital Internacional de Sharm el-Sheikh nesta tarde, em meio a uma segurança muito forte na cidade", informou uma fonte de segurança à AFP. Ele foi internado na ala VIP do hospital, informou a rede de televisão estatal, acrescentando que o hospital não estava aceitando quaisquer pacientes, exceto os casos de emergência. IntimaçãoA intimação do Ministério Público chegou após a divulgação de uma fita de áudio na qual Mubarak defendia sua reputação e após semanas de protestos pedindo que ele fosse levado a julgamento. Na mensagem de áudio, divulgada na rede de televisão pan-árabe Al-Arabiya, Mubarak afirmou que foi vítima de uma campanha difamatória. Ele prometeu ajudar em uma investigação sobre os ativos de sua família no exterior, mas sua rebeldia ao ameaçar lançar processos contra a mídia irritaram os egípcios, que têm pressionado por seu julgamento. Após renunciar, Mubarak e sua família mudaram-se para uma residência em Sharm el-Sheikh. Embora ele esteja sujeito a uma proibição de viajar, sua relativa liberdade tem sido uma pedra no sapato dos governantes militares. Protestos semanais exigindo o seu julgamento atraíram dezenas de milhares de pessoas e, inclusive, conduziram a um confronto mortal com soldados na madrugada de sábado (9), depois que eles tentaram dispersar uma manifestação na Praça Tahrir, no Cairo. Os militares admitiram que uma pessoa morreu baleada, mas negaram ter utilizado a força ou munição de verdade para dispersar os manifestantes. Idolatrado como um salvador no início da revolta por ter-se recusado a reprimir os manifestantes, o Exército tem enfrentado críticas crescentes pelo adiamento de reformas, não colocando Mubarak no banco dos réus e por denúncias de violações aos direitos humanos.

Comentários:

Postar um comentário

Template Rounders modificado por ::Power By Tony Miranda - Pesmarketing - [71] 9978 5050::
| 2010 |