sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

MUNDO: Granada é lançada em praça durante manifestação contra o governo no Iêmen

Do UOL Notícias* Em São Paulo
Milhares de pessoas ocuparam a Praça da Liberdade nesta sexta-feira (18), em Taiz, para mais um dia de protestos contra governo do presidente iemenita Ali Abdullah Saleh. Durante as manifestações, um homem chegou a lançar uma granada na praça deixando pelo menos oito feridos. Segundo testemunhas, o artefato foi jogado por uma pessoa de um carro.
Várias ambulâncias foram para o local. Os manifestantes acusaram o governo de estar por trás do ataque. "Abaixo o ditador, abaixo a opressão", gritavam os manifestantes, acampados há dias na praça, versão iemenita da praça Tahrir, no Cairo, epicentro da revolução que derrubou o ditador egípcio Hosni Mubarak neste mês.
Em Sanaa, apoiadores e opositores se encontraram nos arredores da universidade da cidade. Enquanto os manifestantes contrários a Saleh gritavam "Você é o próximo depois de Mubarak, Ali", e erguiam cartazes que pediam: "Saia, saia pelo bem do nosso futuro”, os partidários do governo gritavam: "Não ao caos, não à sabotagem." Um pequeno grupo saiu de lá e atacou rivais com paus e pedras.
A TV estatal disse que 1 milhão de pessoas se reuniram em Taiz para manifestar apoio a Saleh, de 68 anos, que governa o Iêmen há mais de três décadas.
"Sim à unidade e à estabilidade, não ao caos e à sabotagem", gritavam os governistas, ecoando uma declaração feita por Saleh poucos dias antes, quando ele criticou a "agenda estrangeira" que estaria estimulando protestos para levar o caos ao mundo árabe.
Taiz é termômetro das manifestações
Na Praça da Liberdade, em Taiz, barracas foram montadas para oferecer atendimento médico e comida, e grupos organizados tentavam impedir a entrada de partidários do governo no local.
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Taiz é uma cidade com uma considerável classe média e com habitantes oriundos tanto do norte quanto do sul do país. Por isso, analistas dizem que ela serve como termômetro para os protestos no Iêmen, que começaram há cerca de um mês, inspirados na rebelião da Tunísia, e ganharam força após a queda de Mubarak no Egito.
"Sanaa é importante, mas se Taiz realmente continuar, essa coisa pode decolar", disse Gregory Johnsen, acadêmico da Universidade Princeton, em seu blog sobre o Iêmen, o Waq al Waq.
Diálogo
Saleh, aliado dos EUA no combate à Al Qaeda, já fez várias concessões para tentar acabar com os protestos no país, um dos mais pobres do mundo árabe.
Uma coalizão de partidos da oposição aceitou uma oferta de diálogo com Saleh, que prometeu deixar o cargo em 2013 e não transferir o poder ao seu filho. Isso não evitou, no entanto, que protestos continuassem a ser convocados espontaneamente por estudantes e outros grupos, que se mobilizam por meio de mensagens de celular e do Facebook.
Além dos protestos, Saleh enfrenta também uma forte insurgência da Al Qaeda, além de rebeliões xiita no norte do país e um movimento separatista no sul.

*Com agências internacionais

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