sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

MUNDO: Apesar de proibição, milhares fazem protesto durante funeral de manifestantes no Barhein

Do UOL Notícias* Em São Paulo
Mais de 15 mil pessoas se reuniram para realizar novas manifestações nos arredores da capital do Bahrein, Manama, exigindo queda do xeque Hamad bin Isa Al-Khalifa, que há mais de 40 anos governa o país, durante o funeral de dois xiitas mortos pela violenta repressão policial na quinta-feira (17). Ao todo, quatro pessoas morreram nos protestos de ontem, quando as forças de segurança dispersaram os manifestantes da praça Pérola.
A multidão acompanhou a pé os dois carros fúnebres que transportaram para a aldeia xiita de Sitra (leste de Manama) os corpos de Ali Khodeir, de 53 anos, e Mahmub Mekki, de 23, envoltos na bandeira nacional. Os dois foram mortos na quarta-feira, quando participavam de uma vigília pacífica na praça Pérola para reivindicar reformas políticas.
"Nem xiitas, nem sunitas. Unidade nacional" e "Sunitas e xiitas são irmãos", gritavam os manifestantes que assistiam ao enterro, segundo testemunhas. Outros iam mais além, pedindo a queda do regime em meio à cerimônia fúnebre.
Durante o funeral, não eram notadas as presenças de policiais e militares segundo a agência de notícias EFE, mesmo após a proibição de protestos, mas há tanques posicionados em locais estratégicos de Manama. O ministro do Interior, Rashed bin Abdullah Al-Khalifa, disse que os soldados tomariam quaisquer medidas necessárias para preservar a segurança do país.
Sete partidos opositores bareinitas, entre eles o Al Wifaq, a principal força da oposição, pediram na quinta-feira que o governo apresente sua renúncia.
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Os protestos no Bahrein são liderados pela maioria xiita (até 70%) dos 700 mil bareinitas, que diz sofrer discriminação por parte da monarquia, governado por uma dinastia sunita, além de protestarem contra dificuldades econômicas e a falta de liberdade.
Em uma pequena demonstração de apoio ao regime, também na capital, dezenas de carros que levavam a bandeira vermelha e branca do Bahrein, uma com o nome do rei bareinita, foram em carreata até a mesquita Fateh, a maior de Manama.
Ministro nega uso de armas britânicas nos protestos
O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, disse nesta sexta-feira (18) que não há provas de que estejam sendo utilizadas armas de fabricação britânica para reprimir os protestos no Bahrein.
Ao ser questionado sobre esta possibilidade na "Rádio 4" da "BBC", Hague afirmou que o Reino Unido tem um critério "rigoroso" de exportação de armas para impedir que possam ser utilizadas por governos em uma repressão interna, mas que mesmo assim, ordenou uma revisão da venda de armas ao país.
Segundo o ministério, cerca de 250 cartuchos de gás lacrimogêneo e outros equipamentos para controlar distúrbios receberam permissão para serem exportados ao Bahrein nos últimos nove meses.
"É necessário continuar com essas reformas. O diálogo com as forças da oposição no Bahrein é sumamente importante", acrescentou o chanceler.
*Com agências internacionais

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