quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

ARTIGO: PEDRO SIMON: MAIS UM GESTO DE CORAGEM

Por Carlos Chagas

Pecado, ele não cometeu. Sequer um erro. Tinha direito, como ex-governador, a requerer aposentadoria, vinte anos depois de deixar o palácio Piratini. E o fez por razão simples: disposto a não se candidatar a mais um mandato no Senado, tendo doado todos os seus bens à Ordem dos Franciscanos, aos 85 anos Pedro Simon ficaria sem meios para sustentar mulher e filhos.
Seguiram-se manifestações de desapontamento, não dos poucos adversários que o criticam por qualquer pretexto, mas de alguns admiradores desinformados de sua situação financeira. Ficou preocupado, sem dormir. Pensou em renunciar, não só à aposentadoria, mas ao próprio mandato de senador. Consultou amigos e terça-feira decidiu: enviou ofício ao secretário de Fazenda do Rio Grande do Sul, com cópia para o presidente do Senado, abrindo mão de receber o benefício enquanto viver. Mas garantindo para a família, no futuro, renda capaz de sustentá-la.
Já não se fazem políticos como Pedro Simon. Aliás, um dos sobreviventes dessa categoria em extinção, Paulo Brossard, contribuiu para a decisão. Pelo telefone, de Porto Alegre, o ex-senador e ministro do Supremo Tribunal Federal ponderou: “o que farás quando voltares ao Sul? Aos 85 anos, recomeçarás a advogar?”
Conhecedor da História dos pampas, Brossard lembrou as agruras porque passaram Julio de Castilhos e Raul Pilla, na velhice. E estimulou o amigo a adotar a iniciativa agora verificada.

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