terça-feira, 8 de junho de 2010

POLÍTICA: Manda quem pode...

Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

...obedece quem tem juízo. Como estava escrito nas estrelas desde o início dos tempos, não chamasse o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, o PT de MG cedeu ao PMDB de Hélio Costa a primazia de disputar o Palácio da Liberdade. Do mesmo modo, onde Lula achou essencial, o PT seguiu a mesma sina, com nuances : no RJ, por exemplo, foi festivamente para os braços de Sérgio Cabral, sem dramalhões, ao estilo dos blocos carnavalescos. No MA, com estrilos, pôs-se neutro na disputa entre os aliados Roseana Sarney do PMDB e Flávio Dino do PC do B. Palanque duplo apenas onde Lula julgou viável. Ninguém arrosta uma popularidade acima dos 90%, ainda mais quando na sua jornada em torno do poder jogou ao mar, num estranho suicídio coletivo, suas lideranças mais promissoras trazidas com Lula à primeira cena com a eleição de 2002. Resta pensar as razões de tão forte "rebeldia" em MG, por exemplo, diante do que já se sabia inevitável e do extraordinário apego do PT e de Lula aos princípios do centralismo democrático.
Para efeitos internos
Desde sempre estranhou-se as resistências internas do PT mineiro, de tradição - não fosse mineiro ! - conciliadora, e de Fernando Pimentel a um aliança com o PMDB que não tivesse o próprio PT comandando a chapa. Pimentel, amigo de Dilma influente quadro nacional partidário, além de um político cordato e conciliador, sabia perfeitamente da importância do acerto em Minas para a campanha nacional de Dilma : consolidação da aliança nacional em torno dos seis minutos peemedebistas no rádio e na televisão e formação de palanque forte para a preferida de Lula no segundo maior colégio eleitoral do país, com quase 11% do eleitorado total. E, no entanto, Pimentel esticou os cordões da marionete até o fim. Esticou porque precisa dar satisfações ao PT mineiro, insatisfeito com a perda do que os petistas locais consideram como sua maior oportunidade de conquistar, pela primeira vez, o governo estadual. Eles tinham dois candidatos competitivos - o próprio Pimentel e o ex-ministro Patrus Ananias - e o adversário é tão ou mais neófito na política eleitoral quanto a petista federal Dilma. Pimentel precisava também conter a contaminação dos eleitores petistas pelo desânimo dos companheiros partidários. Quem farejou MG nesses dias percebeu que o trabalho no divã político do PT junto a seus eleitores será delicado. A alma petista mineira está sofrida.
Foi bom para Lula também
A dita "rebeldia" mineira no PT não foi de todo mal para Lula. Ao contrário. Tanto que em nenhum momento os "inconfidentes" mineiros foram atacados de público. E Lula sabe fazer tal com dureza e precisão cirúrgicas. Foram simplesmente admoestados, pelas vozes portadas em silêncio, oficiosamente. "Lula está agastado", "Lula não gostou" e tais, ditos sem certificado de origem. Para Lula, MG rebelada serviu de advertência ao PMDB para que ele moderasse seu apetite. Para mostrar ao time de Michel Temer que o PT tem limites que nem a razão eleitoral de Lula pode obscurecer. E que a aliança poderia ruir no momento em que Dilma cresce nas pesquisas e, segundo as contas oficiais, tem ritmo de fôlego para levar a eleição no primeiro turno. Até as convenções nacionais marcadas para o fim de semana - PMDB no sábado, PT no domingo - quando os palanques regionais estarão no mínimo apalavrados, será possível saber se o PMDB levou a sério o recado mineiro ou considerou que seu cacife de seis minutos na propaganda eleitoral era mais alto.

Comentários:

Postar um comentário

Template Rounders modificado por ::Power By Tony Miranda - Pesmarketing - [71] 9978 5050::
| 2010 |