domingo, 11 de abril de 2010

POLÍTICA: Borges fecha com Geddel, leva dois minutos do PR para o peemedebista e amplia insegurança quanto à reeleição de Wagner no primeiro turno

Do POLÍTICA LIVRE
Conforme antecipado em primeira mão pelo Política Livre na última sexta-feira pela manhã (confirme aqui), o senador César Borges (PR) comunicou oficialmente agora à tarde , em nota pública (leia post abaixo), que vai apoiar a candidatura do ex-ministro Geddel Vieira Lima ao governo e integrar sua chapa na condição de candidato à reeleição. A decisão foi tomada por Borges ao final de uma longa reunião com os deputados estaduais e federais do PR, iniciada na chuvosa noite de quinta-feira e encerrada na manhã de sexta-feira.
O pivô da escolha do senador foi uma conversa que teve ainda na quarta-feira à tarde com o presidente estadual do PT, Jonas Paulo, para ultimar detalhes da negociação que travava com o partido do governador, na qual o representante petista confirmou que a legenda não concordava em dar a coligação para os deputados estaduais do PR e recuou da negociação inicial de permitir a aliança com os parlamentares federais da legenda.
Como as duas ofertas foram cobertas pelo candidato do PMDB, que ainda teria negociado participação da legenda na Codevasf, na secretaria-geral do Ministério da Integração Nacional e apoio financeiro os candidatos proporcionais do PR, o senador preferiu fechar o apoio a Geddel. Com a aliança do PR com o ex-ministro, Wagner perde de imediato na Assembleia o apoio de três deputados do partido, o que significa que as votações passarão a ser mais duras para o governo a partir de agora.
Pior que isso: o governador perde ainda mais de dois minutos de tempo de rádio e televisão que o PR poderia lhe garantir na campanha, os quais serão absorvidos pelo candidato do PMDB. Mais significativamente, Wagner perde também a perspectiva de vencer as eleições logo no primeiro turno, evitando instabilidades geradas pela candidatura tucana à Presidência de José Serra e a necessidade de negociações com Geddel num eventual segundo turno, tudo o que não gostaria de fazer.
De acordo com operadores do PR que auxiliaram Borges nas negociações com o governo, não foi por falta de aviso que o governador viu esvanecer a possibilidade de fechar a negociação com o senador e a legenda. Desde a segunda-feira, quando o PR anunciou apoio à candidata presidencial do PT, Dilma Rousseff, em Brasília, Borges usara representantes da cúpula nacional da legenda para mandar recados a Wagner no sentido de que as negociações estavam naufragando.
O senador informava que devido à negativa do PT em fechar a coligação com os deputados republicanos para a Assembleia Legislativa por conta do receio de perder posições para dois deputados do PR que estão na oposição a Wagner – Elmar Nascimento e Sandro Régis – e a insegurança com relação ao apoio à bancada federal da legenda, ele estava perdendo o controle da situação.
Aparentemente os apelos não foram ouvidos porque o governo confiara na informação de que, em função da publicidade ganha pelas tratativas iniciadas com Borges, tanto o candidato do DEM, Paulo Souto, quanto Geddel haviam fechado as portas para conversas com o senador, o que o colocava praticamente na condição de refém das condições impostas pelo PT. Este teria sido o motivo, por exemplo, para que pedidos para que o PR também tivesse participação já no governo fossem desprezados.
“Enquanto o PP ganhou tudo, de Derba e Detran e Codeba às secretarias de Infraestrutura e Agricultura, ao PR não era oferecido nada”, disse um deputado federal do PR ao Política Livre na manhã de sexta-feira em que o partido decidiu marchar com Geddel, acrescentando que Borges nunca deixou de conversar com o ex-ministro no período em que discutia a aliança com Wagner. Geddel, entretanto, exigira como condição para manter o diálogo que os contatos não viessem a público para que não se sentisse usado, afirmou a mesma fonte.

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