quarta-feira, 14 de outubro de 2009

POLÍTICA: Collor diz que já se decidiu e que votará em Dilma em 2010

Do UOL Notícias
Haroldo Ceravolo Sereza

O ex-presidente e hoje senador Fernando Collor de Mello (PTB) disse que já decidiu em quem votará em 2010: Dilma Rousseff (PT).
'Dilma é muito qualificada', diz CollorCollor, eleito presidente em 1989 e afastado após sofrer um impeachment em 1992, fez a declaração durante entrevista ao UOL Notícias em Brasília.
Segundo Collor, a decisão foi tomada após Lula anunciar que a ministra da Casa Civil é a sua candidata à sucessão. "Já decidi. Desde o momento em que ela, não ela propriamente, mas no momento em que o presidente disse que Dilma seria a candidata dele, nós dissemos que com ela estaríamos perfilados", afirmou Collor. Ele ainda completou que "está na hora de uma mulher comandar os destinos do Brasil".
Em 1989, Collor foi eleito presidente após uma disputa acirrana no segundo turno contra Lula. O PT, partido de Lula, fez oposição a Collor e atuou decisivamente na Comissão Parlamentar de Inquérito que levou ao impeachment do então adversário em 1992.
O senador pelo PTB, que hoje faz parte da base do governo Lula, afirmou ainda que Dilma "é uma boa formuladora" e que tem "uma visão correta do que deve ser feito", além de possuir "grande sensibilidade política". "Apesar de alguns dizerem que o temperamento dela não se coaduna com isso, mas uma coisa não tem nada a ver com a outra, ela tem uma grande sensibilidade social", disse ainda Collor.
Durante a entrevista, o ex-presidente repetiu o nome de Dilma mesmo quando falava de outros pré-candidatos, como Marina Silva (PV) e Aécio Neves (PSDB).
Sobre José Serra (PSDB), Collor disse que só faria comentários quando ele se decidisse sobre se entraria ou não na disputa. "Ele é candidato? Deixe ele se definir e depois eu falo para você."
Em relação a Marina Silva, Collor afirmou que a provável candidata do PV à Presidência evoca um sentimento de "enternecimento". "Eu me sinto comovido diante dela."
Para Collor, todos os sucessores seguiram sua agenda
Ao comentar o nome de Heloísa Helena (PSOL), Collor disse não conhecê-la pessoalmente, "apesar de ser do meu Estado". Em seguida, corrigiu-se: "[Apesar de] nós sermos do mesmo Estado". Na sequência, voltou a dizer que Dilma é a mulher que está à frente na disputa pela Presidência.
Na entrevista, Collor também comentou seu apoio a Lula, adversário em 1989. Para ele, Lula "faz um governo da melhor qualidade, um governo que vem atendendo a todas as aspirações, ou a grande parte das aspirações do povo brasileiro".
Na visão do ex-presidente, sua agenda, especialmente na área econômica, é mantida por Lula, como também o fizeram Itamar Franco (hoje no PPS) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
"O processo de desestatização, de privatização, da retirada do Estado do setor de produção, o Estado ficar mais como regulador, a abertura comercial, o fim da reserva de mercado", diz Collor, "essa agenda de 1990, que nós inauguramos, é exatamente a mesma até hoje". E conclui: "Ela foi seguida por todos os presidentes que me sucederam, não mudaram uma linha."
Comentário: ... a rigor, dizer mesmo o que? Só nos resta cantarolar, "matando" a saudade de Chico Buarque de Holanda ... 'quem te viu, quem te vê, quem não a conhece não pode mais ver pra crer, que jamais a esquece não pode reconhecer...'
Socorro, Manuel Bandeira! Leve-me consigo para Pasárgada...
Vou-me Embora pra Pasárgada
Manuel Bandeira
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

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