quinta-feira, 8 de outubro de 2009

MUNDO: Otimista com o fim da crise, missão da OEA conclui visita a Honduras

Do UOL Notícias*
Em São Paulo

A missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) manifestou nesta quinta-feira (8), ao término de sua visita a Tegucigalpa, seu convencimento de que o diálogo pode levar à superação da crise política no país, gerada pela deposição do presidente eleito de Honduras, Manuel Zelaya, no dia 28 de junho.
"A missão da OEA está convencida de que o diálogo iniciado com participação direta das partes pode levar à superação da crise política enfrentada pelo país", ressalta a organização, em uma declaração em Tegucigalpa, onde a missão se encontra desde ontem.
A OEA, que acompanhou o início do diálogo, "tem a esperança de que os integrantes da mesa assumam plenamente a responsabilidade que foi encomendada e de que seu trabalho permitirá abrir o caminho que poderia levar Honduras à recuperação da ordem democrática", segundo o comunicado.
Já o líder deposto demonstrou pessimismo. Em entrevistas, Zelaya criticou a missão da OEA por não ter a força suficiente para obrigar Micheletti a devolver o poder. "A OEA abandonou o plano de Arias no meio do caminho e isso é um sinal de muita fraqueza dessa organização", argumentou ao jornal mexicano "Excelsior".
"Estamos muito pessimistas, não vemos uma disposição positiva entre os golpistas, eles não estão cogitando a restituição de Zelaya ao poder", afirmou ainda Juan Barahoma, um dos representantes do presidente deposto.
Eleições sem Zelaya são inviáveis
O assessor para Honduras do secretário-geral da OEA, John Biehl, afirmou que a não restituição do presidente deposto, Manuel Zelaya, ao poder pode tornar impossível uma eleição limpa e respeitada por todos no país.
"Há muitos indícios de que, se Zelaya não retornar ao poder logo, há movimentos sociais que tornariam impossíveis as eleições limpas e respeitadas", declarou em Tegucigalpa o diplomata chileno à Rádio Cooperativa.
Biehl, que foi embaixador do Chile nos Estados Unidos, se encontra em Tegucigalpa desde o fim de setembro, quando chegou em Honduras junto com outros diplomatas da OEA. Ele pôde permanecer no país, enquanto os quatro outros membros foram expulsos pelos governo golpista de Roberto Michelleti.
"Eleições sem o presidente Zelaya provavelmente tendem a ser altamente militarizadas, com um alto grau de violência, o que significaria que o próximo governo seria praticamemte desconhecido pela maioria do país", advertiu Biehl.
Questionado se há margem para se chegar a uma solução em Honduras, Biehl assegurou que "o diálogo sempre tem surpresas". "O problema é que há muito pouco tempo para que isto aconteça", disse, em alusão a uma possível restituição de Zelaya.
"O custo para Honduras indubitavelmente vai ser muito mais alto que a solução de restituir o país à democracia", assinalou.
Honduras "no abismo"
Manuel Zelaya disse hoje que Roberto Micheletti está levando Honduras "ao abismo" ao recursar-se a aceitar a única solução para a crise aceita pelo restante do mundo, que é a sua restituição ao poder.
Micheletti "está levando o país a um abismo ao atuar como se vivesse em outro mundo, como se Honduras fosse uma grande potência", expressou Zelaya em um canal de televisão.
Micheletti, por sua vez, reiterou que deixa a Presidência do país se Zelaya também desistir de retomar o poder. A restituição do presidente deposto é um dos pontos do acordo de San José, proposto pelo presidente da Costa Rica, Óscar Arias. Ele advertiu ainda que somente uma invasão poderia impedir as eleições maarcadas para o dia 29 de novembro.
Zelaya, refugiado na embaixada do Brasil desde que retornou clandestinamente ao país no último dia 21 de setembro, disse que "vão levar o país a um sacrifício muito grande" porque "a comunidade internacional e o próprio Estados Unidos não vão ficar tranquilos com este desafio".
*Com informações da EFE e Reuters

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