segunda-feira, 14 de maio de 2018

ECONOMIA: Dólar fecha em alta de 0,77% com pesquisa e exterior

OGLOBO.COM.BR
POR ANA PAULA RIBEIRO

Moeda é cotada a R$ 3,628; Petrobras e Vale subiram forte, mas Ibovespa ficou estável

A moeda oficial dos EUA iniciou a semana em queda - Jose Luis Gonzalez / Reuters

SÃO PAULO — O dólar comercial até começou o pregão em terreno negativo, mas logo a moeda americana ganhou força e na máxima chegou a R$ 3,64, seguindo o movimento externo e também influenciado por pesquisas eleitorais. A divisa fechou em alta de 0,77% ante o real, cotada a R$ 3,628. O Ibovespa, principal índice de ações do mercado local, ficou praticamente estável (+0,01%), aos 85.232 pontos. 
- A pesquisa trouxe um cenário eleitoral bastante indefinido, com o principal candidato do centro, Geraldo Alckmin (PSDB), patinando nas pesquisas. E ainda temos o dólar em alta, que afeta o endividamento das empresas - avaliou Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos.
Internamente, foi divulgada a pesquisa da MDA encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes, que mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde o final de março, lidera as intenções de voto para o primeiro turno, com 32,4% na pesquisa estimulada, seguido por Jair Bolsonaro. O levantamento foi feito entre os dia 9 e 12 de maio.
De forma geral, os agentes do mercado financeiro querem um nome que defenda as reformas econômicas. No entanto, nenhum dos pré-candidatos com essas características aparece com destaque nas pequisas de intenção de voto. Esse candidato seria Alckmin, que possui apenas 4% das intenções de voto e 5,3% no cenário sem Lula.
- As pesquisas começam a ganhar mais importância quando a eleição se aproxima, já com candidatos e campanha. Mas o que temos é que o candidato preferido do mercado, que tem potencial para ter uma base no Congresso, continua com uma performance ruim nas pesquisas de intenção de voto - disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Mizuho Bank.
A alta do dólar, no entanto, foi generalizada em relação às moedas de emergentes - a que mais perde é a da Argentina. Loretta Meste, presidente do Federal Reserve (Fed, o bc americano) de Cleveland, sinalizou que os juros deveriam subir mais neste ano. Na máxima, o dólar comercial chegou a R$ 3,64.
- O dólar subiu forte e ganha não só do real, mas de outras moedas emergentes. O pior desempenho é da Argentina. Teve também a pesquisa da CNT, mas o fortalecimento do dólar é generalizado - explicou Rostagno.
A valorização do dólar ocorreu mesmo com a mudança do Banco Central (BC) na forma de atuar no mercado de câmbio. Até a última sexta-feira, ele estava apenas fazendo a rolagem dos contratos de "swap cambial" (equivalentes a uma venda de moeda no mercado futuro) que, se fosse mantidos, significariam a injeção de liquidez de US$ 2,85 bilhões ao final do mês. A autoridade monetária decidiu fazer a emissão líquida de contratos já a partir de hoje, mas a estratégia fez pouco efeito.
BOLSA FECHA ESTÁVEL
Essa incerteza política também contaminou os negócios com ações. Petrobras e Vale ainda operaRAm em alta devido ao bom desempenho das commodities no exterior. No entanto, os demais papéis com peso no Ibovespa perderam força. 
As preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Petrobras registraram alta de 3,14%, cotadas a R$ 26,24, e as ordinárias (ONs, com direito a voto) avançaram 4,14%, a R$ 30,15. Há uma expectativa em relação a um acordo para a cessão onerosa até o dia 17 de maio. "Não há visibilidade sobre qual será o resultado das negociações, que podem ser estendidas por mais 60 dias se necessário. A questão mais importante é que, nos moldes do contrato, se o governo tiver que pagar algo a Petrobras, o pagamento só pode ser feito em dinheiro, enquanto se a Petrobras dever ao governo, o pagamento pode ser feito em dinheiro ou barris de petróleo", explicaram os analistas da XP Investimentos.
No caso da Vale, a valorização foi de 3,11%. A maior alta, no entanto, é registrada pelos papéis da Suzano, que subiram 4,98%. A alta do dólar beneficia as ações de empresas exportadoras.
Os papéis de banco, no entanto, caíram com força. As preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco, rescuaram, respectivamente, 1,49% e 1,43%. No caso do Banco do Brasil, a desvalorização foi de 2,48%.
O maior tombo, no entanto, foi registrado pelas ações da EDP Brasil, que recuou 10,89%. A empresa havia liderado os ganhos na sexta-feira, com uma alta de mais de 15%, após a China Three Gorges anumciar fazer uma oferta pública de aquisição (OPA) pela EDP de Portugal. No entanto, hoje as duas empresas afirmaram que essa OPA não estaria vinculada a uma OPA também no Brasil, o que frustrou os investidores.
Os investidores repercutiram ainda a nova pesquisa Focus, que mostra uma redução na expectativa de crescimento da economia e também da inflação.

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