quinta-feira, 5 de outubro de 2017

CASO JBS: Miller teve cinco reuniões em escritório da JBS antes de deixar MP

OGLOBO.COM.BR
POR BELA MEGALE

Ex-procurador é suspeito de ter atuado na delação dos executivos da J&F antes de deixar o cargo

Marcello Miller é acusado de advogar para Joesley Batista antes de deixar oficialmente o Ministério Público - Fabio Guimarães / Agência O Globo

BRASÍLIA - O ex-procurador Marcello Miller visitou ao menos cinco vezes a sede do escritório Trech Rossi Watanabe em São Paulo antes de se desligar do Ministério Público Federal. Segundo o documento cedido pelo edifício EZ Towers, onde fica a sede do Trench Rossi Watanabe em São Paulo, Miller esteve no local nos dias 13 e 20 de fevereiro e nos dias 3, 10 e 20 de março.
Miller é suspeito te der atuado a favor da J&F, controladora da JBS, na negociação de acordos com a Procuradoria-Geral da República antes de ser exonerado. Por essa razão, tornou-se personagem central na polêmica que culminou na suspensão de benefícios de delatores do grupo e na prisão dos donos da empresa, Joesley e Wesley Batista, e do ex-executivo e lobista, Ricardo Saud.
O escritório Trench Rossi Watanabe prestou serviços para a J&F no âmbito das tratativas da leniência do grupo, espécie de delação premiada da pessoa jurídica, e contratou Miller após seu desligamento do MPF, em abril.
Os registros da entrada do ex-procurador no prédio do escritório foram cedidos à CPI da JBS nesta semana. A comissão investiga como se deu a delação premiada e o acordo de leniência do grupo.
Nas três primeiras visitas ele se apresentou como alguém ligado ao Ministério Público, segundo registros do condomínio. Nas duas últimas passagens pelo local o registro aparece como "particular". O tempo de permanência do ex-procurador no local variou nas ocasiões entre uma e cinco horas.
No dia 10 de abril há o registro da última visita de Miller. Nesta data, porém ele já havia sido desligado do Ministério Público Federal.
O escritório esclareceu à CPI que a partir do dia 11 de abril o ex-procurador passou a contar com um crachá provisório, pois já integrava corpo de funcionários do escritório. Com isso, a portaria deixou de registrar a entrada dele.
Miller pediu exoneração em 23 de fevereiro, mas só foi desligado do órgão em 5 de abril.
ÍNDÍCIOS
A Polícia Federal encontrou no celular de Wesley Batista mensagens que reforçam a tese de que Miller atuou a favor da empresa quando ainda atuava no Ministério Público. O aparelho foi apreendido na quarta fase da Operação Lama Asfáltica, deflagrada em maio deste ano.
Miller atuou no grupo de trabalho da Lava Jato como um dos nomes mais próximos ao então procurador-geral Rodrigo Janot. Entre os acordos que firmou estão o de ex-senador Delcídio Amaral.

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