terça-feira, 4 de julho de 2017

POLÍTICA: Temer lota a agenda com parlamentares no dia em que sua denúncia começa a tramitar

OGLOBO.COM.BR
POR CRISTIANE JUNGBLUT E EDUARDO BARRETTO

Defesa do presidente quer derrubar acusação neste semestre, antes do recesso

O presidente Michel Temer, em cerimônia no dia 26 de junho - Evaristo Sá / AFP

BRASÍLIA - No dia em que começa a tramitar denúncia por corrupção passiva contra Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o peemedebista lotou a agenda com pelo menos 22 parlamentares. Nesta terça-feira, dos 16 deputados confirmados para reuniões no Palácio do Planalto, oito não responderam à enquete do GLOBO e dois se disseram indecisos.
Nesta terça-feira, começa a tramitação da denúncia na CCJ da Câmara e será escolhido um relator. No dia seguinte, a defesa do presidente deve se manifestar à comissão e tentar encurtar as dez sessões a que tem direito. O objetivo é derrubar a denúncia ainda neste semestre.
O líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), admitiu ontem que a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima trará maior "instabilidade política" e será explorada pela oposição, mas confirmou o calendário do governo - revelado pelo O GLOBO - de votar a denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição da Câmara no dia 13 (quinta-feira
Ontem, o deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) visitou Temer.
- Temer está muito bem. Fui dar um abraço de solidariedade - disse Mudalen.
Entre os aliados, a ideia era votar na CCJ inicialmente no dia 12, mas o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira pediu a Temer mais uma dia para apresentar a defesa, o que fará nesta quarta-feira.
No cenário ideal, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), poderia marcar para sexta-feira (14) a votação em plenário. Mas poderá ficar para a semana do dia de 18, que pelas regras é a data de início do recesso, oficial ou extraoficial. O problema de deixar para a semana seguinte é que os parlamentares já contavam deixar Brasília no dia 15.
- A maioria dos deputados da base aliada tem assumido o compromisso de que rejeitará a denúncia. Não estou dizendo que toda a base vai votar contra a denúncia, mas há a certeza de que hoje temos a maioria e os votos suficientes para poder rejeitá-la na CCJ - disse o líder.
Para ele, os parlamentares devem pensar "no país" neste momento e não no período pré-eleitoral.
DESTINO NA GANGORRA
O placar na CCJ se transformou em gangorra, oscilando de 35 a 30 votos a favor de Temer e contra a denúncia, mas há reclamações do comportamento dos aliados de neste momento quererem barganhar.
A ofensiva do primeiro presidente do Brasil a ser denunciado por crime cometido durante o mandato será centrada nos deputados que ainda não declararam como votarão.
As audiências com deputados devem aumentar ao longo desta terça-feira, já que diariamente a assessoria do Palácio do Planalto faz acréscimos à agenda, principalmente depois que os encontros já aconteceram.
É preciso que 342 deputados votem, no plenário da Câmara, pela aceitação da denúncia por corrupção passiva contra Temer para o processo seguir adiante. Caso isso aconteça, a denúncia volta ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde o pleno julgará se torna o presidente réu. Se a maioria dos ministros entenderem pelo prosseguimento do processo criminal, Michel Temer é afastado da Presidência por até seis meses, prazo que o julgamento tem para ser concluído.
Irão ao Planalto os seguintes deputados: Ronaldo Fonseca (PROS-DF), indeciso; Evandro Gussi (PV-SP), não respondeu; Goulart (PSD-SP), não respondeu; Christiane de Souza (PR-PR), sim; Bruna Furlan (PSDB-SP), não respondeu; Luiz Lauro Filho (PSB-SP), não respondeu; Wilson Filho (PTB-PT), não respondeu; Lelo Coimbra (PMDB-ES), não respondeu; Rogério Peninha (PMDB-SC), indeciso; José Priante (PMDB-PA), não; Aníbal Gomes (PMDB-CE), não; Alfredo Kaefer (PSL-PR), não respondeu; Átila Lins (PSD-AM), não encontrado; Darcísio Perondi (PMDB-RS), não; Sinval Malheiros (PODE-SP), sim; Roberto de Lucena (PV-SP), não respondeu. Ainda será recebido pelo presidente o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), que é deputado federal licenciado e pode voltar à Câmara para votar, além de seis senadores.

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