quinta-feira, 16 de março de 2017

MUNDO: Trump propõe corte de 31% no orçamento para proteção ambiental

OGLOBO.COM.BR
POR REUTERS

Presidente americano quer acabar com programas de mudanças climáticas

Programas sobre qualidade do ar e da água serão comprometidos caso a proposta de Trump seja aprovada - BRENDAN SMIALOWSKI / AFP

WASHINGTON — A administração do presidente americano Donald Trump está propondo um corte de 31% no orçamento da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês), o que eliminaria seus programas de mudança climática e diminuiria as principais iniciativas destinadas a proteger a qualidade do ar e da água, de acordo com documentos orçamentários publicados nesta quinta-feira.
O orçamento proposto pela Casa Branca para 2018 para a agência vem junto com uma tentativa de Trump de pôr fim a regulações que, segundo ele, prejudicam as empresas norte-americanas — como as perfuradoras de petróleo e mineiradoras de carvão. Os cortes propostos são um ponto de partida nas negociações com o Congresso e podem vir a ser moderados.
A proposta, se aprovada, faria com que fossem demitidos 3.200 funcionários da EPA — ou 19% da força de trabalho atual — e efetivamente colocaria um ponto final nas iniciativas do ex-presidente Barack Obama para combater as mudanças climáticas. Isso porque seria cortado o financiamento para a assinatura do Clean Power Plan, que visa reduzir as emissões de dióxido de carbono.
Trump defente corte de vários programas ligados a mudanças climáticas - NICHOLAS KAMM / AFP

Também eliminaria a verba para pesquisa sobre mudanças climáticas e a participação dos EUA nos programas internacionais relacionados ao tema. Juntos, os cortes nas iniciativas de mudanças climáticas na EPA eliminariam cerca de US$ 100 milhões de gastos.
"Em consonância com o Primeiro Plano de Energia do Presidente dos EUA, o orçamento reorienta o programa aéreo da EPA para proteger o ar que respiramos sem sobrecarregar indevidamente a economia americana", afirmou um resumo do orçamento proposto pela agência.
Trump já expressou muitas vezes dúvidas sobre os fundamentos científicos das mudanças climáticas e tem afirmado repetidamente que os Estados Unidos podem reduzir drasticamente a "regulamentação verde" sem comprometer a qualidade do ar e da água.
No entanto, os cortes propostos no orçamento da EPA se estenderiam para muito além das mudanças do clima. Seriam cortados cerca de US$ 427 milhões dos programas regionais para acabar com a poluição, incluindo nos Grandes Lagos e na Baía de Chesapeake. O financiamento para o programa de limpeza dos locais os mais contaminados do país também cairia em US$ 330 milhões.
Em entrevista à rede CNN, o presidente do sindicato de empregados da agência lamentou os planos de Trump.
"É um dia triste quando um grupo de milionários e bilionários em Washington podem decidir o que é melhor para a saúde e meio ambiente dos Estados Unidos. Como pode esta administração dizer que os EUA terão ar e água limpa com esta redução no orçamento?", indagou John O'Grady.
Já a diretora executiva da organização ambientalista Environment America, Margie Alt, pediu que o Congresso barre o projeto do Executivo.
"É basicamente um cartão 'livre-se da cadeia de graça' para os poluidores. O Congresso deve rejeitar este orçamento", pediu Alt, em entrevista ao jornal britânico "The Guardian".

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