terça-feira, 19 de julho de 2016

ECONOMIA: FMI muda expectativas e agora vê Brasil crescendo em 2017

OGLOBO.COM.BR
POR HENRIQUE GOMES BATISTA, CORRESPONDENTE

Fundo também reduziu recessão neste ano, de 3,8% para 3,3%

Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI - Guillermo Gutierrez / Guillermo Gutierrez/Bloomberg

WASHINGTON - O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou na manhã desta terça-feira suas previsões econômicas e se mostrou mais otimista com o Brasil. Em vez de recessão de 3,8% neste ano, conforme perspectivas divulgadas em abril, agora o Fundo espera uma queda de atividade de 3,3% em 2016. Para o 2017, a nova previsão do órgão é de crescimento de 0,5%, contra expectativa anterior de um ano estável.
“A confiança dos consumidores e das empresas parece estar melhorando, e a contração do PIB no primeiro trimestre foi mais branda que o previsto. Assim, a recessão projetada para 2016 é menos severa, com a volta ao crescimento positivo em 2017. As incertezas políticas, no entanto, permanecem obscurecendo nossa visão”, afirmou o documento.
O Brasil foi citado como exemplo positivo de melhoria das perspectivas econômicas juntamente com a Rússia, os dois principais países que tinham resultados negativos nas projeções do FMI. O Fundo também melhorou um pouco o crescimento para a China neste ano, indicando que as medidas de incentivo do país têm apresentado resultado.
A previsão para o crescimento médio do mundo, contudo, piorou. Para este ano, passou de 3,2%, na previsão de abril, para 3,1% agora. Já a expectativa para 2017 caiu de 3,5% para 3,4% entre os dois levantamentos. Para os países emergentes, contudo, não houve alterações entre os levantamentos: expectativa de crescimento de 4,1% neste ano e de 4,6% no ano que vem.
A maior redução do crescimento é esperada, nos dois anos, nos países ricos, que sofreram com a saída da Grã-Bretanha da União Europeia. O conjunto das nações avançadas deve crescer 1,8% neste ano (valor 0,1 ponto percentual menor que a última previsão) e 1,8% em 2017 (queda de 0,2 ponto percentual sobre expectativa de abril).
Oya Celasun, chefe da Divisão de Estudos Econômicos do FMI, afirmou em entrevista coletiva na sede do FMI, em Washington, que além da melhoria da confiança de empresários e consumidores, outros indicadores apontam para a melhora da situação econômica brasileira:
— Também vimos esta melhora no mercado financeiro, com o fortalecimento significativo do real. Este fortalecimento em parte da economia nos levou a acreditar que a mudança para o crescimento positivo pode vir mais cedo do que prevíamos em abril — disse ela.
Ela lembrou que os três fatores que levaram o Brasil para a recessão — as incertezas econômicas, a piora dois valores de bens vendidos pelo Brasil e atrasos no ajuste da política monetária com impacto na confiança do país — está ficando para trás, dizendo que estes choques estão se dissipando. Ela lembrou, contudo, que uma redução de 3,3% do PIB brasileiro neste ano não é algo normal.

Comentários:

Postar um comentário

Template Rounders modificado por ::Power By Tony Miranda - Pesmarketing - [71] 9978 5050::
| 2010 |