FOLHA.COM
MARIANA HAUBERT
MACHADO DA COSTA
DE BRASÍLIA
Pedro Ladeira - 16.abr.2015/Folhapress
O deputado André Moura (PSC-SE), escolhido por Temer para ser o líder do governo na Câmara
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez, nesta quinta-feira (19), uma crítica àindicação do deputado André Moura (PSC-SE) para comandar a liderança do governo do presidente interino Michel Temer na Câmara.
Réu em três ações penais no Supremo Tribunal Federal, o novo líder é aliado do deputado afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desafeto de Renan.
"Essa questão de liderança do governo no presidencialismo é uma escolha do presidente da República. Por isso a pergunta: é o André Moura para o quê? Quais são os compromissos? Vamos dar efetividade em uma casa às matérias que foram aprovadas na outra? Ou vamos segmentar?", questionou Renan.
Para ele, o Congresso deve passar para a sociedade a "clara convicção" de que o Brasil não pode dar errado e o bom funcionamento do sistema bicameral é fundamental neste processo.
"Sabemos das dificuldades que o governo está tendo, da qualidade dos líderes que está tendo que escolher na outra Casa do Congresso. Mas no que depender do Senado, vamos fazer a nossa parte para colaborar com o Brasil, para fazer essas mudanças, para retomar o investimento, o crescimento", disse.
Moura é réu no STF sob a acusação de desviar dinheiro público e é investigado em pelo menos três outros inquéritos, entre eles por suposta participação em tentativa de homicídio e no esquema de corrupção da Petrobras.
O deputado também já foi condenado em Sergipe por improbidade administrativa.
O nome de Moura foi bancado pelo chamado "centrão" da Câmara e por Cunha, de quem Moura é uma espécie de braço-direito.
Temer ainda não decidiu quem será o líder de seu governo no Senado. Segundo aliados, a escolha depende apenas de algumas conversas mas não há impasse.
Com as críticas sobre a falta de representatividade feminina no primeiro escalão de seu governo, Temer cogita escolher uma senadora para o posto.
Renan e alguns líderes partidários se reuniram nesta manhã com o ministro do Planejamento, Romero Jucá, no Senado.
Eles trataram das prioridades que o governo tem no Congresso, como a aprovação da revisão da meta fiscal. Mais cedo, em reunião do presidente interino Michel Temer com ministros da área econômica, o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) disse que o déficit primário pode chegar a R$ 200 bilhões.
Renan também é alvo de 11 inquéritos no STF, sendo nove deles decorrentes da Operação Lava Jato, em que é investigado por lavagem de dinheiro e corrupção.
Comentários:
Postar um comentário