sexta-feira, 20 de maio de 2016

ECONOMIA: Prévia da inflação acelera a 0,86% e é a maior para maio em 20 anos

Do UOL, em São Paulo

Stefan Wermuth/Reuters

O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), voltou a acelerar e ficou em 0,86% em maio. É o maior IPCA-15 para o mês em 20 anos, desde 1996, quando foi de 1,32%.
Em abril, o indicador havia ficado em 0,51%. Em maio do ano passado, foi de 0,6%.
Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (20). Em 12 meses, o indicador acumula 9,62%. 
A prévia da inflação continua acima do limite máximo da meta do governo. O objetivo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de dois pontos para mais ou para menos, ou seja, pode variar entre 2,5% e 6,5%.
A inflação oficial no Brasil fechou 2015 em 10,67%, acima do limite máximo da meta. Foi a maior alta de preços anual desde 2002 (12,53%).
Alta no preço dos remédios
O IPCA-15 de maio foi puxado principalmente pelos preços dos remédios, que subiram 6,5%. No início de abril, entrou em vigor uma alta de até 12,5% nos preços dos medicamentos, com reflexo em maio.
Os preços dos alimentos, com grande peso no índice, também influenciaram a prévia da inflação. Os destaques foram a alta no preço da batata-inglesa (+ 29,65%), do feijão carioca (+5,04%) e do leite (+2,82%). 
Taxa de água da Sabesp subiu 35,93%
O encerramento da política de bônus, com desconto na conta de quem economizava água na região metropolitana de São Paulo, também impactou a prévia da inflação.
Com o fim dos descontos na conta da Sabesp, a taxa de água e de esgoto na região subiu 35,93%. Em 12 de maio, entrou em vigor um aumento de 8,5% nas contas de água dos municípios atendidos pela empresa. 
Em todo o país, a taxa de água e esgoto teve alta de 9,03%. 
Passagem aérea fica mais barata
Entre os itens que ficaram mais baratos no início do mês, os destaques são as passagens aéreas (-8,59%) e o etanol (-8,54%).
Perspectivas
A expectativa de economistas é que a inflação recue em direção à meta neste ano e no próximo, mas não de forma rápida o suficiente para que o Banco Central se sinta confortável em baixar a Selic (taxa básica de juros) na próxima reunião, em junho.
De acordo com analistas consultados pelo BC para a pesquisa Focus, a estimativa é que a inflação de 2016 seja de 7%. Para os próximos 12 meses, a projeção de inflação divulgada na última segunda-feira (16) caiu de 6,15% para 6,09%. Em relação a 2017, os economistas também reduziram a previsão para a inflação, de 5,62% para 5,50%.
Metodologia
O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.
A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerada a inflação oficial; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
(Com Reuters)

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