segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

COMENTÁRIO: Política é a única saída

Por José Roberto de Toledo - ESTADAO.COM.BR

Como os políticos sabem mas muitos preferem esquecer ou nunca souberam, não há saída menos ruim fora da política

Em mais uma demonstração de força da antipolítica, os protestos deste domingo foram cirurgicamente dirigidos contra o Congresso - personalizado no presidente do Senado, Renan Calheiros -, preservando a cara de Michel Temer. Só a cara. Cortar-lhe os braços (os direitos e os nem tanto) não é poupá-lo. É tentar manietá-lo. Por essa - digamos - intervenção, Temer persistiria mais algum tempo contemplando o pudim, mas sem poder tocá-lo.
Os braços postiços seriam os iluminados de sempre: os que têm o domínio do conhecimento, a experiência e o aplomb necessários. É uma versão remixada da velha fé na tecnocracia. Ironicamente, o motivo por trás da tentativa de amputação do poder de Temer e do PMDB é que os tecnocratas deles - Henrique Meirelles na Fazenda, e Ilan Goldfajn no Banco Central - não estariam "performando". 
O que garante que outros tecnocratas teriam melhor performance? Que conseguiriam promover a retomada da economia? Nada. 
Como os políticos sabem mas muitos preferem esquecer ou nunca souberam, não há saída menos ruim fora da política. Só piores, como as ditaduras civl e militar, a monarquia ou a teocracia. A maneira menos pior de fazer política é a democracia eleitoral, na qual os representados elegem representantes pelo voto e, de tempos em tempos, os trocam para que os eleitos não virem ditadores, monarcas ou comecem a pensar que são deuses.

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