segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

POLÍTICA: Eduardo Cunha: exímio articulador e especialista em escapar de crises

OGOBO.COM.BR
POR CHICO OTAVIO

Deputado declarou guerra à OAB e move mais de 60 ações por danos morais
Eduardo Cunha em ato de campanha junto a bancada ruralista - Ailton de Freitas / Agência O Globo
RIO - Discreto, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é um político de bastidor, transversal. Aos 56 anos, costuma se mover em silêncio, e há dezenas de exemplos disso. Em agosto de 2011, a Ordem dos Advogados do Brasil negou-lhe a vaga de relator do projeto de reforma do Código do Processo Civil. Argumentou que a função cabia a um político com formação em Direito. Desde então, Cunha trava guerra contra a entidade, declarando guerra à prova de habilitação da Ordem.
Para acabar com o “absurdo, nefasto e corrupto exame”, o carioca usa sua tática preferida: pegar carona na votação de uma medida provisória, pendurando emendas de temas totalmente distintos.
Cunha também tem o costume de recorrer à Justiça por supostos danos morais e calúnias. Seus alvos: jornalistas e adversários políticos. Em outubro, ele movia 66 ações, a maioria contra órgãos de comunicação e autores de reportagens que mencionavam seu nome. Quando as ações são ajuizadas no Rio, o advogado pede ao magistrado que as audiências aconteçam na segunda ou na sexta-feira para não prejudicar a agenda do cliente.
No Congresso, até os inimigos reconhecem em Cunha uma inteligência singular. É sempre um esforço entender a razão por trás de suas novas emendas. E isso aconteceu recentemente, quando ele pendurou em ao menos três MPs a proposta de tornar definitivas as decisões tomadas pelo Tribunal Marítimo, órgão do Executivo vinculado à Marinha que julga acidentes da navegação.
Cunha nega que defenda interesses empresariais, que comande bancada própria e que tenha diferenças com a presidente Dilma Rousseff e seu governo, que o teme. Nega sistematicamente tentativas de associá-lo a escândalos, como fraudes na Cehab, Cedae e Manguinhos. Sua mais recente negativa tenta mantê-lo longe da Operação Lava-Jato.

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