sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

POLÍTICA: Planalto age para evitar debandada de ministros do PMDB

OGLOBO.COM.BR
POR JÚNIA GAMA

Ala governista da bancada do PMDB na Câmara quer indicar substituto de Padilha

O ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha - Divulgação/24-12-2014 / OGlobo

BRASÍLIA - Preocupado com uma possível debandada do PMDB depois que o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil) decidiu deixar o cargo, o Palácio do Planalto se mobilizou nesta sexta-feira para garantir que os demais representantes do partido na Esplanada dos Ministérios permanecerão onde estão.
Mais cedo, interlocutores da presidente Dilma Rousseff telefonaram ao líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), para assegurar que os dois ministros indicados pela bancada, Marcelo Castro (Saúde) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), continuarão no governo. O líder procurou os dois ministros e obteve a resposta de que não haverá mudanças.
– Há chance zero deles saírem – informou Picciani a auxiliares palacianos.
Ao GLOBO, Pansera afirmou que permanece no cargo enquanto a presidente determinar e se disse contra o impeachment. Para o ministro, as divisões no PMDB são “naturais” e mostram que uma parte da legenda irá trabalhar pelo impedimento de Dilma Rousseff a partir de agora.
– Sou contra o impeachment, sempre fui. Acho que o Brasil tem que aprender a conviver com crises e sobreviver a elas. É normal que um partido de centro como o PMDB se divida em um momento de pressões como este. Mas hoje, a maioria no partido é contra o impeachment, em que pese ter alguns quadros que vão trabalhar pelo impeachment – afirmou Pansera.
A ala governista da bancada do PMDB na Câmara quer que Dilma Rousseff preencha o cargo de Padilha com outra indicação da bancada para firmar o apoio dos deputados nessa fase de discussão do impeachment. A avaliação é que, hoje, a bancada está dividida sobre o apoio à presidente.
A tendência é que os nomes saiam da bancada mineira no PMDB, que ficou de fora da distribuição de ministérios esse ano e também da liderança do partido na Câmara. Já há inclusive nomes de deputados sendo cogitados: Newton Cardoso Junior, Mauro Lopes e Leonardo Quintão.
Entre os peemedebistas que pretendem manter o apoio ao governo Dilma, há uma percepção de que trabalhar pelo impeachment é um “jogo de alto risco” e que, se a presidente conseguir sobreviver ao processo, essa ala contrária fica “enfraquecida de morte”. Nas contas desse grupo, a maioria dos ministros e das bancadas do PMDB na Câmara e no Senado deve continuar ao lado do governo, ao menos nesse primeiro momento. Há dúvidas, no entanto, sobre a permanência de Henrique Eduardo Alves no Ministério do Turismo. Segundo relatos, há pressão sobre o ministro, que é ligado ao grupo de Temer, para que tome a mesma atitude de Padilha.

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