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BRUNO VILLAS BÔAS, DO RIO

Carlos Junior - 17.ago.2015/Folhapress

Com a economia em recessão e incapaz de gerar novos postos de trabalho, a taxa de desemprego nacional foi de 8,7% no trimestre encerrado em agosto. Trata-se da maior taxa da série histórica, que teve início em 2012.
A taxa era de 6,9% no mesmo período do ano passado e de 8,1% no intervalo anterior (março a maio). Em um ano houve um incremento de 1,8%.
O valor corresponde à expectativa de analistas consultados pela agência internacional Bloomberg, que previam a taxa em 8,7%.
Os dados são da Pnad Contínua, pesquisa de abrangência nacional sobre mercado de trabalho divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira (29).
TAXA DE DESOCUPAÇÃO
Por trimestre móvel, em %
7,2
6,0
7,0
8,0
9,0
jan-fev-mar.2012
set-out-nov
mar-abr-mai
set-out-nov
mar-abr-mai
set-out-nov
jun-jul-ago
7,2
jan-fev-mar.2014
MERCADO NÃO ABSORVE NOVOS TRABALHADORES
Com a economia em recessão e a queda da renda, mais pessoas têm procurado emprego, como jovens que ficaram de fora do mercado de trabalho nos últimos anos apoiados na renda da família.
O problema é que, com a degradação do quadro econômico, o mercado não tem sido capaz de gerar vagas suficientes para absorver esse aumento da força de trabalho.
No trimestre encerrado em agosto, a força de trabalho (pessoas com 14 anos ou mais empregadas ou procurando emprego) cresceu 2,2 milhões de pessoas em comparação ao mesmo período do ano passado, uma alta de 2,2%.
Mas apenas 189 mil encontraram emprego no trimestre, em comparação ao mesmo período do ano passado, um aumento de 0,2% nessa comparação. Para o IBGE, esta variação deve ser considerada com estatisticamente estável.
Com a geração de vagas abaixo do necessário para absorver o crescimento da força de trabalho, a população desempregada no país aumentou em 2 milhões de pessoas no trimestre, frente a igual período de 2014, alta de 29,6%.
No trimestre encerrado em agosto, havia 8,8 milhões de pessoas desempregadas no país.
Quando comparado ao trimestre imediatamente anterior (de março a maio), o total de desempregados no país cresceu em 647 mil pessoas, ou 7,9% a mais.
O rendimento médio dos trabalhadores foi de R$ 1.882 no trimestre encerrado em agosto, uma queda de 1,1% em relação aos três meses terminados em maio.
Na comparação ao mesmo período do ano passado, o aumento foi de 1%. Na avaliação do IBGE, esta avaliação é estatisticamente estável.
RENDIMENTO MÉDIO REAL
Habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas, por trimestre móvel, em R$
1.896
1.750
1.800
1.850
1.900
1.950
Jan-fev-mar.2012
s et-out-nov
abr-mai-jun
out-nov-dez
abr-mai-jun
out-nov-dez
jun-jul-ago
1.896
jun-jul-ago
EMPREGO FORMAL
Um dos veículos de inclusão social no país nos últimos anos, o emprego formal —com carteira assinada e protegido pelas leis trabalhistas— teve queda de 3% no trimestre de junho a agosto, com a perda de 1,09 milhão de vagas.
O número é próximo ao registrado pelo Ministério do Trabalho, que mede o emprego formal do país a partir de consultas a empresas. O IBGE faz sua pesquisa em cerca de 3.500 municípios, visitando 211 mil domicílios por trimestre.
Os cortes de vagas ocorreram sobretudo na indústria, um setor da atividade considerado mais formal. O setor cortou ao todo —com ou sem carteira— 472 mil empregos no trimestre, em comparação ao mesmo período do ano passado, queda de 3,5% no total de ocupados.
Uma parcela desses trabalhadores foi buscar ocupação em empregos informais, como o de conta própria. São pequenos negócios, sem funcionários, como camelôs, pintores. Esse grupo cresceu em 926 mil pessoas em um ano, para 22,15 milhões de pessoas.
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