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BRUNO VILLAS BÔAS, DO RIO
A produção industrial do país manteve tendência de retração e caiu 0,8% em março frente ao mês anterior, na série livre de influências sazonais (típicas de cada período). Foi a maior queda nessa comparação para meses de março desde 2006.
De janeiro para fevereiro, a indústria já havia recuado 1,3%, pelo dado revisado. Os resultados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na manhã desta quarta-feira (6).
O centro (mediana) da expectativa de projeções ouvidas em pesquisa da agência internacional Bloomberg era de que a produção caísse 0,7% em março sobre o mês anterior.
Em relação a março de 2014, o setor registrou uma retração de 3,5%. Contribuiu para o resultado o fato de o mês ter tido três dias úteis a mais do que março daquele ano.
QUEDA DE 4,7% EM 12 MESES
A produção industrial brasileira teve queda de 4,7%, quando considerada uma série de 12 meses terminados em março –a maior nesse tipo de comparação desde janeiro de 2010, que foi de 4,8%.
Os números mostram que a indústria começou o ano com desempenho pior do que no início de 2014. No primeiro trimestre deste ano, a queda acumulada foi de 5,9%. No ano passado, a baixa foi de 0,4%.
SETORES
A indústria mostrou na passagem de fevereiro para março não só um menor ritmo de produção, mas uma crise cada vez mais disseminada. As quatro categorias econômicas tiveram retração, assim como 14 dos 24 ramos pesquisados.
O destaque negativo veio novamente de ramos da economia que dependem de crédito e confiança dos empresários. A produção de bens de capital (como máquinas e equipamentos) encolheu 4,4% de fevereiro para março. Os bens de consumo duráveis, 3,1%.
A crise da indústria automotiva avançou em março. O setor recuou 4,2% frente a fevereiro, a sexta queda consecutiva. Com estoques altos, montadoras têm colocado empregados em férias coletivas. Máquinas e equipamentos também voltaram a ter queda na produção, de 3,8%.
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