Por MIRIAM LEITÃO - OGLOBO.COM.BR
O embaixador José Alfredo Graça Lima, subsecretário geral de Política do Itamaraty, disse que esses US$ 53 bilhões têm que ser lidos como “intenção de investimentos”. À Petrobras, devem ser emprestados US$ 7 bi, no momento em que o acesso aos mercados internacionais está mais difícil, sem o grau de investimento. Mas de concreto mesmo só o que já estava decidido anteriormente. Mesmo assim o volume de acordos com o governo ou com empresas privadas mostra toda a potencialidade da relação entre Brasil e China, hoje muito dependente da venda de minério de ferro.
De concreto houve a venda de 22 aviões da Embraer, mas o acordo para a venda de 60 aviões já havia sido assinado pelo presidente Xi Jiping, quando ele veio ao Brasil no ano passado. Portanto, foi só a confirmação, e de apenas uma parte.
Foi levantado o embargo para a venda de carne bovina para a China, mas isso também havia sido decidido na outra visita. Agora foi a formalização. A decisão beneficia nove frigoríficos, sendo cinco deles do grupo JBS.
O acordo para a construção da linha de transmissão de Belo Monte bate num ponto: os chineses estão atrasadíssimos na entrega da linha de transmissão de outra usina, a de Teles Pires.
Mesmo se tratando de uma intenção de investimento, e vários acordos serem apenas a confirmação do que já havia sido assinado antes, o pacote chega em boa hora. O Brasil está em recessão, com redução de investimento público e privado. É uma boa hora para o governo chinês anunciar a vontade de viabilizar fundos de investimento em projetos de infraestrutura.
Um grande problema entre os dois países é a barreira da língua. Segundo o jornal “Valor Econômico”, no almoço de empresários no Itamaraty a maioria dos cartões de visita dos chineses era apenas em mandarim, e um grande número de chineses não falava inglês. Assim, eles não conseguiam conversar. Está na hora de as empresas brasileiras aprenderem mandarim.
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