segunda-feira, 18 de maio de 2015

CASO PETROBRAS: Justiça do Paraná aceita denúncia e ex-deputados viram réus na Operação Lava-Jato

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

André Vargas, Pedro Corrêa, Aline Corrêa e Luiz Argôlo são os primeiros ex-parlamentares a se tornarem réus em processos abertos na operação

Luiz Argôlo, André Vargas e Pedro Corrêa, presos na Operação Lava-Jato - Montagem

SÃO PAULO - O juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, aceitou nesta segunda-feira a denúncia contra os quatro ex-deputados federais acusados de envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava-Jato. André Vargas (sem-partido), Pedro Corrêa (PP-PE), Aline Corrêa (PP-SP) e Luiz Argôlo (SD-BA) foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) e são os primeiros ex-parlamentares a se tornarem réus em processos abertos na operação. Dos quatro, apenas Aline Corrêa, que é filha de Pedro Corrêa, não está presa na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Além deles, os outros nove denunciados pelo MPF na quinta-feira também tiveram as denúncias aceitas, e passaram a ser réus.
Segundo o procurador Deltan Dallagnol, o ex-deputado Pedro Corrêa era um dos responsáveis pela distribuição interna de dinheiro no PP e “recebeu também valores específicos em benefício próprio”. Corrêa foi denunciado por 280 atos de corrupção passiva - segundo a denúncia, os valores envolvidos nestes atos são de R$ 398.645.680,52. Foram denunciados ainda 569 atos de lavagem de dinheiro, e 123 atos de peculato do ex-deputado.
No caso do ex-parlamentar do PT André Vargas, os procuradores sustentam que a corrupção aconteceu em contratos da Caixa Econômica Federal e do Ministério da Saúde, e ocorriam através da agência de publicidade Borghi Lowe e da empresa Labogen.
- Em relação ao Ministério da Saúde, nós temos evidências de que o Vargas conseguiu um termo de parceria entre o ministério e a Labogen. Já quanto à Caixa, várias ligações para um diretor da Caixa foram feitas pelo celular do próprio Vargas - afirmou o procurador Deltan Dallagnol.
Já o ex-deputado Luiz Argôlo criou uma relação com o doleiro Alberto Youssef diferente dos demais parlamentares envolvidos. O procurador Paulo Galvão, do MPF, diz que "ele criou relação de sociedade com o doleiro Alberto Youssef".
- Então, muitas vezes, Alberto repassava dinheiro diretamente para o Argôlo - afirmou o procurador Paulo Galvão.
Conforme o procurador, Youssef tinha interesse especial na carreira do então deputado. Foram encontrados registros de 78 visitas de Argôlo aos escritórios de Youssef. Com o cruzamento das passagens aéreas, o MPF argumenta que em 40 oportunidades essas viagens aconteceram com recursos da Câmara Federal.
- O valor gasto nessas passagens é de R$ 55.192,43 - disse o procurador Galvão.
Argôlo foi denunciado por dez atos de corrupção - segundo a denúncia, os valores envolvidos nestes atos são de R$ 1.603.400,00. Foram denunciados ainda dez atos de lavagem de dinheiro e 93 atos de peculato do ex-deputado.
Além dos quarto ex-deputados, viraram réus Leon Vargas e Milton Vargas, irmãos de André Vargas, o publicitário Ricardo Hoffmann, Ivan Vernon, ex-assessor de Pedro Corrêa, Marcia Danzi, nora de Pedro Corrêa, Alberto Youssef (doleiro), Rafael Ângulo (carregador de dinheiro para Youssef), Fábio Corrêa, filho de Pedro Corrêa e Carlos Alberto Costa, ex-funcionário de Pedro Corrêa.

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