quarta-feira, 13 de agosto de 2014

ECONOMIA: Morte de Campos gera incerteza no cenário eleitoral e dólar sobe 0,07%

Do UOL

A incerteza sobre o quadro eleitoral com a morte do candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB) deve trazer maior volatilidade para os mercados como já pode ser visto no pregão desta quarta-feira. Após subir com a notícia do falecimento do candidato do PSB em um acidente de avião em Santos (SP), o dólar recuou com a informação de que a candidata a vice-presidente pelo partido Marina Silva não estava na aeronave, mas acabou fechando em ligeira alta frente ao real. Há dúvidas sobre o impacto de uma eventual candidatura de Marina Silva pelo PSB na corrida eleitoral.
O dólar comercial subiu 0,07%, encerrando a R$ 2,2792. Já o contrato futuro para setembro avançava 0,13% para R$ 2,293.
Depois de alcançar a máxima de R$ 2,2902, a moeda americana recuou com a possibilidade de uma eventual candidatura de Marina Silva pelo PSB, o que aumentaria as chances de um segundo turno e a possibilidade de uma vitória da oposição na eleição para a Presidência da República. A perspectiva é que um candidato visto pelos investidores com um perfil mais pró-mercado e menos intervencionista poderia trazer uma mudança da política econômica vigente.
Conforme o mercado assimilava a notícia, no entanto, o câmbio voltou a subir uma vez que na visão dos agentes de mercado a candidatura de Marina Silva torna o cenário eleitoral mais incerto, primeiro porque poderia reduzir as chances do candidato tucano Aécio Neves em eventual segundo turno e também porque, apesar da aliança política, a candidata a vice-presidente do PSB é vista com um perfil diferente de Eduardo Campos, e há dúvidas se ela manteria as mesmas propostas na área de política econômica do partido. "Campos tinha um perfil mais pragmático e não está ainda claro se a candidata Marina Silva deve seguir a mesma linha de política econômica", afirma Silvio Campos, economista da Tendências Consultoria .
Para o economista da Tendências, o falecimento de Eduardo Campos muda a corrida eleitoral e traz maior incerteza em relação ao cenário político, podendo aumentar a volatilidade dos mercados.
Fluxo cambial
Ainda no mercado local, o Banco Central divulgou hoje o fluxo cambial que ficou positivo em US$ 1,176 bilhão na semana passada encerrada em 8 de agosto, resultado de uma entrada líquida de R$ 466 milhões na conta financeira e de um superávit de US$ 710 milhões na conta comercial.
No mês, o fluxo cambial está positivo em US$ 1,238 bilhão, resultado de um ingresso líquido de US$ 564 milhões na conta comercial e de um superávit de US$ 674 milhões na conta financeira. Com isso, o saldo cambial no ano está positivo em US$ 3,593 bilhões, abaixo do fluxo positivo de US$ 7,482 bilhões registrado no mesmo período do ano passado.
O BC também informou que no dia 4 de agosto recomprou US$ 2,050 bilhões referente aos leilões de linha de dólar.
Os investidores seguem acompanhando a estratégia de atuação do BC no câmbio. Segundo matéria publicado hoje pelo Valor, o BC não trabalha com limites quantitativos para a oferta de proteção contra a valorização da moeda americana. O Valor apurou que o BC não descarta, inclusive, voltar a oferecer linhas de empréstimo em dólar no fim do ano, quando sazonalmente existe uma liquidez mais baixa no mercado à vista.
O economista da Tendência, Silvio Campos, acredita que o BC deve fazer de tudo para tentar conter uma apreciação maior da taxa de câmbio, embora as atuações por meio da venda de swaps cambiais já não tenham a mesma eficácia. "O BC vai continuar atuando no câmbio porque é o único instrumento que ele tem para evitar um estouro da meta."
Campos destaca que a atuação do BC no câmbio pode contribuir para amenizar uma alta do dólar, mas não muda a tendência do movimento que é determinado pela mudança da política monetária nos Estados Unidos. "Vamos ver o dólar começar a subir com o aumento da discussão sobre o aumento da taxa de juros nos EUA."
Swap cambial
Hoje o BC rolou todos os 10 mil contratos de swap cambial que venceriam em 1º de setembro, cuja operação somou US$ 493,7 milhões. Se mantiver o mesmo ritmo, o BC deve rolar US$ 9,5 bilhões do lote total de US$ 10,07 bilhões que vence no início do mês que vem.
A autoridade monetária ainda vendeu todos os 4 mil contratos de swap cambial ofertados no leilão do programa de intervenção, cuja operação somou US$ 199 milhões.
Com o leilão de hoje, é possível estimar que a posição vendida em dólar do BC via swaps tenha alcançado US$ 91,96 bilhões. A estimativa considera a liquidação amanhã dos swaps vendidos nesta quarta-feira.
Lá fora, a moeda americana opera em queda frente às principais divisas após o dado abaixo do esperado das vendas no varejo em julho nos Estados Unidos, que esfriaram apostas de uma reversão na política acomodatícia do país antes do esperado.
No mês passado, as vendas no varejo nos Estados Unidos ficaram estáveis na comparação com junho , abaixo do esperado pelo mercado, que previa uma alta de 0,2%.
O dólar caía 0,42% frente ao dólar australiano, 0,46% em relação ao rand sul-africano, e 0,39% diante da lira turca.

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