segunda-feira, 11 de agosto de 2014

ECONOMIA: Economistas pioram previsão para a economia e agora esperam juros a 11% por mais tempo

De OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Projeção para o PIB neste ano recuou pela 11ª semana seguida. Estimativas para a inflação também caíram
Consumidora faz compras em feira livre de Laranjeiras: preços de alimentos e bebidas desaceleraram em julho pelo quarto mês seguido - Gustavo Miranda / O Globo
SÃO PAULO - Depois da divulgação, na sexta-feira, do IPCA de 0,01% em julho, menor índice em quatro anos, a estimativa de economistas de instituições financeiras para a inflação em 2014 voltou a ser reduzida, empurrando mais para frente a expectativa de início de um novo ciclo de alta dos juros. Ao mesmo tempo, a previsão do crescimento da economia neste ano foi reduzida pela 11ª vez seguida, acompanhada desta vez por um forte ajuste para baixo nas projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015.
A pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira mostrou que a projeção de alta do IPCA em 2014 agora é de 6,26%, contra 6,39% na semana anterior, quarta semana seguida de queda. A meta do governo é de 4,5% no ano, com margem de dois pontos percentuais para cima e dois para baixo.
A projeção no Focus para a alta dos preços administrados neste ano, no entanto, subiu 0,10 ponto percentual após três semanas de estabilidade, para 5,10%. Para 2015, os preços administrados tiveram elevação também revista, a 7%, ante 6,90%, enquanto a previsão para a alta do IPCA pouco se alterou, passando a 6,25%, ante 6,24%.
Os preços administrados vêm sendo uma das principais preocupações em relação à inflação, já que há expectativa de maiores aumentos no próximo ano nos preços de energia elétrica e gasolina. Já para o Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, a inflação ficará em 6,33% em 2014, ante 6,39%, e fechará 2015 em 6,48%, contra 6,75% na pesquisa anterior.
CRESCIMENTO E JUROS
A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 caiu de 0,86% na semana anterior para 0,81%. Em 2013, o PIB cresceu 2,5%. Mas o ajuste mais forte ocorreu no cenário para 2015. A estimativa para a expansão econômica caiu a 1,20%, contra a previsão de 1,5%, que durou cinco semanas.
Para a política monetária, o cenário permaneceu de que a Selic encerrará este ano nos atuais 11% e 2015 em 12%. Os economistas consultados no Focus, entretanto, passaram a ver o início do novo ciclo de aperto monetário apenas em março, agora com alta de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, e não mais com 0,25 ponto em janeiro. Já o Top-5 de médio prazo voltou a ver a taxa básica de juros em 12% no ano que vem, contra 11,75% na semana anterior.
Em relatório nesta segunda-feira, Octavio de Barros, diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, afirma que a supresa com o IPCA de julho levou a instituição a revisar para baixo a projeção para o ano de 6,35% para 6,30%. Ele destaca a queda nos preços de itens relacionados à Copa (hotéis e recreação), de comunicação e de combustíveis, além da desaceleração dos preços de serviços.
Os preços de passagens aéreas recuaram 26,86% em julho, ante alta de 21,95% em junho. Essa foi a principal influência para a deflação de 0,98% no grupo Transportes, ante alta de 0,37% em junho. No caso de hotéis, a deflação foi de 7,65%, ante uma alta de 25,33% em junho. O grupo Despesas Pessoais, onde estão incluídos os gastos com hotéis, teve alta de 0,12%, frente a 1,57% de alta em junho.
PREÇOS AGROPECUÁRIOS NO FOCO
Octavio de Barros detaca ainda que o comportamento da taxa de câmbio e a dissipação dos efeitos da Copa do Mundo sobre alguns itens também serão importantes para o desempenho do IPCA, já que da alta de 25% de hotéis em junho, apenas 8% foram “devolvidos” em julho. Com isso, ele acredita que agosto registrará nova deflação de hotéis.
"Nos próximos meses, o monitoramento da deflação dos preços de produtos agropecuários – já observada no atacado – para os preços ao consumidor será relevante para calibrar as expectativas de inflação".
No IPCA de julho, os preços de alimentos e bebidas desaceleraram pelo quarto mês seguido. Houve deflação de 0,15%, após recuo de preços de 0,11% em junho. Das 13 regiões metropolitanas pesquisadas, apenas São Paulo registrou alta de preços neste grupo, de 0,25%. A alimentação fora de casa, no entanto, passou de 0,82% em junho para 0,52% em julho.

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