terça-feira, 16 de dezembro de 2014

CASO PETROBRÁS: Ex-funcionária só alertou Graça sobre desvios em novembro deste ano, diz Petrobras

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Documentos obtidos pelo “Valor Econômico” indicavam que a atual diretoria sabia das irregularidades antes da Operação Lava-Jato
RIO - A Petrobras afirmou, em nota divulgada em seu site nesta terça-feira, que a ex-gerente Venina Velosa da Fonseca só informou a presidente da estatal Graça Foster no mês passado sobre irregularidades na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, e nas áreas de Comunicação de Abastecimento e comercialização de combustível de navio. No documento, a Petrobras afirma que os e-mails encaminhados a Graça pela ex-gerente em abril de 2009, agosto e outubro de 2011 e fevereiro de 2012, "não explicitaram irregularidades" nas áreas citadas.
“Ao contrário do que foi afirmado nas matérias “Diretoria da Petrobras foi alertada de desvios” e “Petrobras não nega que Graça e Cosenza sabiam de irregularidades”, a Presidente Maria das Graças Silva Foster não foi informada sobre as referidas irregularidades pela empregada Venina Velosa Fonseca antes do dia 20/11/2014”, diz a nota.
Em seguida, afirma que Graça Foster só teve conhecimento do assunto por correio eletrônico enviado quando a funcionária já havia sido ‘destituída de sua função’.
Documentos obtidos pelo jornal “Valor Econômico” e publicados na última sexta-feira indicavam que a atual diretoria da Petrobras sabia das irregularidades em contratos da estatal muito antes da Operação Lava-Jato, desencadeada pela Polícia Federal em 17 de março deste ano. O alerta foi feito por Venina, que enviou e-mails à atual presidente Graça Foster e a outros superiores, incluindo o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa. Para Graça, Venina comunicou até as ameaças que sofrera após apresentar as denúncias.
De acordo com a reportagem, os desvios envolvem o pagamento de R$ 58 milhões para serviços que não foram realizados na área de comunicação, em 2008; superfaturamento de US$ 4 bilhões para mais de US$ 18 bilhões nos custos da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco; e contratações atuais de fornecedores de óleo combustível das unidades da Petrobras no exterior que subiram em até 15% os custos.
Além de Graça Foster, os desvios de dinheiro detectados pela ex-gerente foram comunidados a José Carlos Cosenza, substituto do delator Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento. Cosenza é atualmente o responsável pela Comissão Interna de Apuração de desvios na estatal. Para Graça foram enviados e-mails e documentos informando as irregularidades ocorridas tanto antes de ela assumir a presidência, em 2012, quanto depois. Em 2014, afirma o jornal, foram remetidas a Graça denúncias envolvendo os escritórios da estatal no exterior. Nenhuma providência foi tomada com relação a esse último caso, ocorrido sob a sua presidência.

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