segunda-feira, 25 de agosto de 2014

INVESTIGAÇÃO: Petrobras: defesa diz que delação premiada de ex-diretor é 'decisão pessoal'

De OGLOBO.COM.BR
POR CLEIDE CARVALHO

Paulo Roberto Costa ofereceu depoimento em regime de delação à Justiça Federal do PR, na sexta-feira
SÃO PAULO — A advogada Beatriz Catta Preta afirmou nesta segunda-feira, após se reunir com Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, na sede da Polícia Federal em Curitiba, que não há ainda qualquer decisão de apresentar à Justiça pedido de delação premiada. Na sexta-feira, Costa disse que oferecia à Justiça Federal do Paraná fazer um depoimento em regime de delação premiada, quando falaria tudo o que sabe sobre contratos com a Petrobras.
— Esta é uma decisão muito pessoal do denunciado e nada foi definido. Vamos avaliar qual a melhor linha de defesa e não há qualquer proposta de acordo — disse a advogada. Se optar pela delação premiada, Costa terá de negociar as bases do acordo com o Ministério Publico Federal, que vai avaliar quais informações relevantes que ele poderá prestar em troca de atenuantes à sua condição de denunciado.
Em geral, os acordos de delação premiada ocorrem quando o denunciado é capaz de apresentar denúncias e, em alguns casos, provas, que levem outras pessoas a ser denunciadas por crimes relacionados à sua atuação irregular. No caso de evasão de divisas, este tipo de informação de fonte privilegiada pode levar à repatriação de recursos de origem ilegal enviados ao exterior.
Na sexta-feira, a decisão tomada por Paulo Roberto da Costa descontentou seu atual advogado, Nélio Machado,que manifestou ser contra e até ameaçava deixar a causa. Nélio Machado disse ainda que havia impetrado habeas corpus pedindo a libertação do cliente e acreditava que ele não cometeu nenhum crime. Por esta razão não poderia concordar com a delação premiada. A advogada Beatriz Catta Preta é especialista em delação premiada
O doleiro Alberto Youssef, preso junto com Costa na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, já havia assinado um acordo de delação premiada no caso Banestado, que também investigou evasão e remessas ilegais de dinheiro do Brasil para o exterior. Ao ser preso novamente e acusado de fazer remessas ilegais de recursos provenientes de obras da Petrobrás, Youssef teria quebrado o acordo, que previa que ele cessasse a prática.
ENTENDA A OPERAÇÃO LAVA-JATO
A Polícia Federal indiciou 46 pessoas por lavagem de dinheiro e evasão de divisas, entre elas o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. O ex-diretor da Petrobras e o doleiro atuaram juntos na área de consultoria a empresas que têm negócios com a Petrobras. Dono da empresa Costa Global, Paulo Roberto Costa havia se associado a Youssef para a compra da Ecoglobal, empresa que obteve um contrato de R$ 443,8 milhões com a estatal, segundo a investigação. Esse contrato foi apreendido na sede da Petrobras.
Pelas investigações da PF, Youssef e outros três doleiros movimentaram aproximadamente R$ 10 bilhões de forma atípica. Alguns indiciados foram apontados também por corrupção, formação de quadrilha e tráfico de drogas.

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