quarta-feira, 20 de agosto de 2014

ECONOMIA: Com nova alta, Bolsa eleva maior patamar do ano, levada por Petrobras. Dólar sobe 0,57%.

Da FOLHA.COM
RENATO OSELAME, DE SÃO PAULO


A Bolsa de Valores brasileira teve mais um pregão influenciado pela especulação a respeito das eleições e encerrou esta quarta-feira em alta de 0,73% no Ibovespa, seu principal índice.
Durante o dia, a pontuação do Ibovespa chegou a superar os 59 mil pontos, mas encerrou pouco abaixo deste patamar, aos 58.878 pontos, maior nível desde o dia 6 de fevereiro de 2013. O volume financeiro do pregão foi de R$ 7,3 bilhões.
O avanço foi impulsionado sobretudo pela alta nas ações da Petrobras que, novamente, obteve ganhos a partir da especulação dos investidores com a possibilidade de um segundo turno nas eleições de outubro.
As ações ordinárias da companhia, que dão direito a voto, tiveram alta de 2,18%, cotadas a R$ 20,12. Já os papeis preferenciais, de maior liquidez, subiram 2,15%, a R$ 21,36.
"A Petrobras tem o poder de, quando sobe ou desce, puxar todo o índice da Bolsa", afirma Rogério Oliveira, especialista da corretora Icap Brasil, "E tenho a impressão de que o mercado aceita a Marina [Silva] com maior facilidade. Já perceberam [os investidores] qual é a equipe e a linha econômica adotada por ela".
Segundo Oliveira, a alta da Bolsa em 2014 (13,48%) está relacionada ao desempenho da Petrobras que, por sua vez, tem oscilado de acordo com a disputa eleitoral. "Os fundamentos da economia em si não conseguem colocar o Ibovespa em alta porque os dados sempre são fracos".
Os papeis da Vale, que também têm peso significativo na composição do Ibovespa, fecharam em alta. As ações ordinárias avançaram 1,66%, negociadas a R$ 31,77, e as preferenciais subiram 1,90%, a R% 28,29.

FAZENDA
Os anúncios realizados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o governo irá facilitar a oferta de crédito para o setor imobiliário, fizeram o mercado oscilar no fim da tarde desta quarta.
A decisão fez com que empresas do setor financeiro e construtoras avançassem.
O Bradesco subiu 0,58%, com ações cotadas a R$ 37,72. O Itaú Unibanco, por sua vez, encerrou o dia próximo à estabilidade, com alta de 0,10%, a R$ 37,55.
A maior alta percentual do Ibovespa foi da Rossi Residencial, com aumento de 4,96% no preço dos papeis, cotados a R$ 1,27. A PDG Realty avançou 2,17%, com ações a R$ 1,41 e a MRV teve alta de 1,86%, a R$ 8,23.
BANCO CENTRAL
O Banco Central também adotou medidas para ampliar a oferta de crédito em até R$ 25 bilhões, mas o reflexo da política monetária não teve grande destaque no mercado financeiro nesta quarta.
Segundo Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora, as ações de instituições financeiras seguiram apenas um fluxo de alta que já existia na Bolsa. "É resultado de um movimento de compra que já começou na semana passada", diz.
Já para Rogério Oliveira, da Icap Brasil, a decisão, somada às declarações do ministro Guido Mantega, teve efeito sobre os papeis dos bancos ao final do pregão. "Há uma expectativa de que os bancos públicos percam espaço e os privados melhorem", afirma, "E a ideia de que se amplie o consumo, que perdeu muita força nesse ano".
A autoridade monetária do Brasil ampliou de 50% para 60% a parcela de depósitos compulsórios que não são remuneradas. Com isso, desencorajou os bancos a deixar o dinheiro nos cofres e induz as instituições financeiras a fornecer crédito. O impacto da medida pode chegar a R$ 10 bilhões.
Além disso, o BC restabeleceu em um patamar único o fator de ponderação de risco (FPR), uma espécie de seguro contra calotes, o que reduziu o requerimento de capital para risco nas operações de crédito. A medida tem potencial para adicionar outros R$ 15 bilhões na economia.
ATA DO FED
O dólar encerrou o dia em alta, repercutindo a divulgação da ata da última reunião do Fomc, comitê de política monetária dos Estados Unidos.
No documento, os integrantes do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, afirmam observar uma melhoria nos indicadores do mercado de trabalho do país.
Caso os índices permaneçam favoráveis, e a inflação sob controle, o Fed sinaliza que poderá antecipar o fim da política monetária que há anos tem auxiliado o país a se recuperar da crise econômica.
"A moeda americana não subiu praticamente o dia inteiro", afirma Mauriciano Carvalho, diretor de câmbio do grupo Ouro Minas, "Mas a ata do Fed pegou a gente até um pouco de surpresa".
Segundo Carvalho, a esalada do dólar poderia ter sido ainda maior, caso o mercado não entendesse que o Fed não pretende elevar os juros tão cedo. "Isso fez com que 'segurasse' a alta em relação às notícias do mercado de trabalho".
O dólar comercial, utilizado no comércio exterior, subiu 0,57%, a R$ 2,263. Já o dólar à vista, referência para operações do mercado financeiro, decresceu 0,19%, a R$ 2,252.

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