terça-feira, 8 de outubro de 2013

POLÍTICA: 2014 : nada será mais como antes

Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

Muita água vai correr ainda debaixo das pontes que cruzam o Capibaribe diante da união entre Marina Silva e Eduardo Campos para formar uma chapa conjunta e concorrer à vaga de Dilma. O primeiro ponto a ser analisado é sobre a viabilidade prática da coligação dos "sonháticos" de Marina com os "socialistas pragmáticos" de Eduardo Campos e a capacidade dessa união de ser uma soma real de votos. Viu-se, por exemplo, já no sim de semana, pelas redes sociais, que os "marineiros" estão divididos :
1. houve os que aplaudiram irrestritamente;
2. houve os que querem a união com Marina na cabeça de chapa;
3. houve os que simplesmente recusaram a união.

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O tempo dirá o acerto ou não do grande e surpreendente lance de Campos e Marina, o mais ousado até aqui da corrida sucessória. Frenéticas pesquisas que os partidos encomendaram imediatamente, agora darão apenas um leve sinal dos efeitos eleitorais da jogada da dupla. Marina já vai aparecer no horário eleitoral obrigatório que o PSB tem direito na quinta-feira. No fim de semana, portanto, pesquisas abertas que alguns institutos estão preparando terão sinais menos tênues da aceitação do acordo PSB/Rede. Todavia, nada em definitivo se saberá em menos de dois ou três meses, até porque os abalos sísmicos obrigarão os adversários da provável (improvável até sábado passado) aliança a mudarem suas estratégias eleitorais. Principalmente Dilma, Lula, PT e aliados.

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De todo modo, algumas afirmações já podem ser feitas :
1. O segundo turno, que Lula passou novamente a sonhar ser possível evitar quando Marina ficou sem partido, agora ficou quase inevitável.
2. Nesse caso, será impossível a chapa governista de Dilma atrair os adversários do primeiro turno. O PSDB é por natureza oposição. Marina e Campos, pelo gesto e pelos discursos, também deram sinais de que não farão acordos com a candidata oficial.
3. Tanto Dilma quanto Aécio (ou Serra, pois há tucanos que ainda não desistiram da candidatura do ex-governador paulista) são atingidos pelo novo quadro. Inicialmente, e aparentemente, os tucanos perdem mais.
4. Marina e Campos são dois potes assim de mágoa com o governo e o PT. Marina deixou claro que os culpa pelas dificuldades que teve para oficializar o Rede. Seu discurso ao lado de Campos foi pesado até ao atribuir tendências "chavistas" ao governo. Campos não perdoa o fato de o governo ter tentado dividir sua liderança no PSB.
5. Se Dilma não conseguir, por quaisquer razões, aumentar seus índices de intenção de votos a níveis próximos dos 50% até o início do ano, o "queremismo" do "volta Lula", que nunca se apaga totalmente, deverá se amplificar fortemente no PT e nos aliados.
6. Os aliados do PT, a começar pelo PMDB, já começaram a se sentir mais imprescindíveis do que nunca ao PT e Dilma e devem aumentar seu preço para continuar na aliança. A reforma ministerial que Dilma necessariamente fará para liberar os ministros e outros auxiliares candidatos ganha outra dimensão.
7. Dilma estava dando um "sufocozinho" no PMDB ao não ter indicado imediatamente o senador Vital do Rego/PB para o ministério da Integração Nacional. Agora talvez tenha de ser mais rápida na decisão.
8. O PMDB, porém, também precisa se cuidar : conforme o andamento da campanha, é possível que a estratégia oficial exija que a aliança governista venha com alguma aparência de "nova", alguma maquiagem de renovada. A dupla Dilma/Temer frente a Campos/Marina pode ficar com cara demais de passado.

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