Por JOAQUIM FALCÃO - Do blog do NOBLAT
São muitos os efeitos colaterais já palpáveis dessa inesperada aliança. Um deles é o risco do envelhecimento precoce do PSDB.
A capacidade de diálogo entre contrários em torno de um programa para o Brasil envelhece a disputa interna entre Aécio Neves e José Serra. Uma disputa que até agora tem se colocado em termos quase que pessoais. Que passa a representar a velha política. Não se trata de um debate entre correntes distintas do PSDB.
O que propõe Aécio de diferente de Serra? Não parece haver um debate programático. Parece uma disputa interna quase que autofágica sobre quem vai ficar com os cerca de 40% de votos que tradicionalmente a oposição tem tido nas últimas eleições.
Ao se proporem a fazer um debate programático intrapartidário, Marina e Eduardo estarão na verdade fazendo um debate nacional, muito além dos partidos. Podem ocupar a pauta nacional por bastante tempo. Os dois ganham, mesmo um perdendo a candidatura.
O envelhecimento que essa aliança lança sobre o PSDB, pode ir mais além. Alguns acreditam que o PSDB corre o risco de nas próximas eleições virar um PFL, um partido com crescentes dificuldades de manter seu lugar ao sol.
A agenda temática conceitual de Marina – verde, internet, rede, pequena e média empresa -, combinada com a agenda temática de Eduardo – modernização do capitalismo e da gestão do Estado – é uma combinação eleitoralmente explosiva, se conseguir ser mantida no correr da campanha.
As educadas e democráticas declarações de Aécio Neves os saudando com bem-vindos, e o quase silêncio pensado de José Serra, não são suficientes para clarear no eleitorado suas verdadeiras posições.
O PSDB chegou ao poder não como oposição. Mas como situação, com Fernando Henrique, candidato do Presidente Itamar Franco. Parece faltar uma vocação eleitoral de oposição. Com a nova aliança, Campos Marina, ou o PSDB muda ou...
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