terça-feira, 8 de outubro de 2013

ECONOMIA: Mercado subestima o risco político

Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

A inegável carga de inteligência política de Marina Silva ao se alojar no partido de Eduardo Campos esconde outra aposta com efeitos relevantes sobre a economia : a de que o governo Dilma sofrerá um revés econômico maior que o atual. Além disso, Campos e Marina apostam numa "terceira via" associada com a latente insatisfação de substanciais parcelas da opinião pública em relação ao governo petista. O desafio para a dupla será o de criar um cenário ao mesmo tempo possível e razoável para suportar as insatisfações. De fato, não existe um "pensamento econômico" que possa caracterizar Campos e Marina. A leitura do que se conversa nos bastidores e do que se vê em público é que da fonte do PSD/Rede há pouca substância no que concerne à economia. Não à toa, Campos se escora na velha guarda conservadora para ganhar pontos com a elite (Jorge Konder Bornhausen) e Marina Silva conta com o apoio do milionário André Lara Resende, um dos formuladores mais influentes do PSDB.

Mercado subestima o risco político - 2
Será um erro colossal se as elites econômicas do Brasil não cobrarem dos candidatos, em geral, e de Campos/Marina, em particular, um projeto (não um plano) consistente que faça o Brasil retomar o crescimento em bases novas. A desindustrialização é um fenômeno mais que evidente e os fundamentos sistêmicos do Brasil já alcançam o grau de deploráveis para que o país possa permanecer a caminho do centro do capitalismo. Neste sentido, não bastam mais os planos de ocasião, as políticas limitadas e pouco estratégicas. A necessidade do momento requer um plano que possa ser formulado com objetivos de longo prazo. Ao mesmo tempo, o jogo eleitoral exigirá propostas imediatistas para a saúde, previdência, educação e desenvolvimento regional. Entre o discurso e a prática, a política econômica dos candidatos sofrerá um escrutínio além do eleitorado que é o da realidade. O Brasil deixou de ser um país dinâmico para ser um país relativamente atrasado e distanciado dos novos padrões mundiais. Basta ver a Coréia do Sul e a China. O Brasil está mais para o México, receptor de investimentos voltados para as suas maquillas. Este cenário pouco animador "não está nos preços dos ativos" como se diz no mercado. Todavia, os fatos são mais fortes que possam parecer e cobrarão o seu preço político logo à frente.

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