sexta-feira, 25 de outubro de 2013

ESPIONAGEM: Merkel: relações com EUA foram gravemente abaladas devido à espionagem

De OGLOBO.COM.BR
COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Líderes europeus afirmam que falta de confiança afeta a cooperação na luta contra o terror
Alemanha e França pressionam por uma reunião com os EUA antes do fim do ano
Primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta, chanceler alemã, Angela Merkel, presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, presidente da Comissão Europeia, Jose Manuel Barroso, presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, e premier da Holanda, Mark Rutte, no segundo dia da cúpula europeia JOHN THYS / AFP
BRUXELAS - As suspeitas de que governos e cidadãos europeus foram espionados pelos Estados Unidos abalam seriamente as relações entre o continente e o país, afirmou a chanceler federal alemã, Angela Merkel, nesta sexta-feira, em Bruxelas. O tema dominou a reunião de cúpula da União Europeia que ao seu fim emitiu um comunicado afirmando que a desconfiança dos EUA poderia prejudicar a luta contra o terrorismo e a cooperação para a coleta de informações.
- A confiança precisa ser restabelecida - disse Merkel, que teria tido o celular monitorado pela Agência Nacional de Segurança (NSA, em inglês). - Obviamente palavras não serão suficientes. Uma verdadeira mudança é necessária.
A reunião de dois dias foi realizada em meio a denúncias de que 35 chefes de Estado teriam sido espionados, de acordo com documentos vazados pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden. Informações reveladas anteriormente pelo jornal “The Guardian” mostravam ainda uma parceria da NSA com a GCHQ, sua correspondente no Reino Unido.
A revolta e a preocupação com o assunto se refletiram no documento final da UE. “A coleta de informações é um elemento vital na luta contra o terrorismo”, afirmaram, e ela poderia ser afetada pela falta de confiança entre as nações.
Alemanha e França tomaram a frente do assunto e desejam se reunir com os EUA antes do final do ano para conversar sobre o assunto. O presidente François Hollande pediu a elaboração de um novo código de conduta entre os serviços de inteligência na UE - o que levanta a questão se o Reino Unido iria aderir, especula a imprensa britânica.
Uma série de acusações contra a NSA veio à tona nesta semana, incluindo o monitoramento do telefone celular da chanceler alemã, Angela Merkel. Na quinta-feira, ela exigiu dos Estados Unidos um pacto de “não-espionagem” até o fim do ano, apoiado por Paris, como maneira de interromper a vigilância de dois dos mais próximos aliados de Washington.
Após o primeiro dia da cúpula europeia, em Bruxelas, - onde foram discutidas acusações de que a NSA teria, além de vigiado o celular de Merkel, acessado dezenas de milhares de registros telefônicos franceses -, a chanceler afirmou que queria uma ação do presidente americano, Barack Obama, e não apenas “palavras”. Em nota emitida após o encontro, 28 líderes da UE disseram que apoiam a proposta.
Depois que presidentes e ex-presidentes descobriram terem sido pessoalmente espionados pela agência americana, novos documentos revelados pelo jornal britânico “The Guardian” na quinta-feira mostraram que no total 35 líderes mundiais foram vigiados. As últimas revelações têm como base documentos vazados pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden, asilado na Rússia, aos quais o GLOBO teve acesso, revelando o esquema de espionagem ao Brasil e diretamente à presidente Dilma Rousseff.

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