quarta-feira, 14 de agosto de 2013

MUNDO: Irmandade Muçulmana fala em 250 mortos após ofensiva policial no Egito; governo confirma 95

Do UOL, em São Paulo

O governo interino do Egito afirma que 95 pessoas morreram e outras 874 ficaram feridas durante confrontos entre islamitas e forças de segurança nesta quarta-feira (14). Os conflitos começaram após a operação policial realizada no Cairo para desmantelar os acampamentos dos seguidores do presidente deposto Mohammed Mursi, que pedem sua volta ao poder.
Jornalistas e manifestantes islamitas, no entanto, afirmam que o número de vítimas é muito maior. A Irmandade Muçulmana, grupo ao qual Mursi é filiado, chegou a afirmar que a ofensiva deixou ao menos 250 mortos.
Um repórter da Al Jazeera afirma ter contado 94 corpos em um necrotério. Outro jornalista, da AFP, diz ter visto 124 corpos em apenas um local. Os manifestantes, por outro lado, relatam até 2.200 mortos e mais de 10 mil feridos.
A situação fez com que o governo decretasse estado de emergência por um mês. O anúncio foi feito na TV estatal, e o estado de emergência começa às 16h locais (11h em Brasília). A presidência pediu ao Exército que ajude o Ministério do Interior a reforçar a segurança no país.
AÇÃO CONTRA ACAMPAMENTOS TEM ATÉ RETROESCAVADEIRAS
No Cairo, os confrontos aconteceram em dois acampamentos erguidos desde a deposição do presidente, no dia 3 de julho.
Um deles, na praça Al Nahda, próxima à Universidade do Cairo, foi rapidamente esvaziado e o local já está sob controle total da polícia, segundo as autoridades egípcias informaram às agências de notícias.
Na outra ocupação, montada em frente à mesquita Rabia al Adawiya, no nordeste da cidade, ainda há confronto --segundo a agência de notícias Efe, houve intenso tiroteio no local. Rajadas de metralhadora foram ouvidas, e escavadeiras avançaram sobre as áreas dos acampamentos.
"Isso é sórdido, eles estão destruindo nossas barracas. Nós não podemos respirar e muitas pessoas estão no hospital", disse Ahmed Murad à BBC.
As forças de segurança também dispararam bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, e testemunhas relatam dezenas de corpos em um hospital de campo.
Imagens de TV ao vivo mostraram médicos usando máscaras de gás e óculos de natação enquanto tentavam tratar os feridos, ainda segundo a BBC.
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A operação aconteceu após o fracasso de esforços internacionais para mediar um fim a um período de seis semanas de impasse político entre partidários de Mursi e o governo instalado pelo Exército, que tomou posse após a deposição do presidente.
Em entrevista à BBC na segunda-feira (12), o ministro das Relações Exteriores, Nabil Fahmy, disse que os acampamentos não poderiam ficar nas ruas por tempo indeterminado e prometeu diálogo.
"Se as forças policiais tomarem suas medidas, farão isso de acordo com a lei, com mandado judicial e de acordo com as normas básicas pelas quais essas coisas são feitas", disse na ocasião.
Nenhum sinal de Mursi
Mursi, o primeiro presidente democraticamente eleito do Egito depois de a saída de Hosni Mubarak --que governou o país por três décadas--, foi deposto pelo Exército após protestos em massa contra seu governo.
Desde 3 de julho, ele está detido em local secreto, sem que qualquer foto ou declaração dele tenha sido divulgada.
A eleição presidencial do ano passado ocorreu após os fortes protestos populares que haviam ajudado a derrubar, no começo de 2011, o regime de Mubarak.

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