sexta-feira, 5 de julho de 2013

MUNDO: Choque entre manifestantes e Exército deixa seis mortos no Egito

De OGLOBO.COM.BR
COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Irmandade Muçulmana e aliados marcham em rejeição à derrubada de Mursi
Conselho da Shura, único órgão legislativo que permanecia ativo, é dissolvido
CAIRO - Os confrontos entre manifestantes a favor do presidente deposto, Mohamed Mursi, e o Exército deixaram ao menos seis mortos e mais de 400 feridos em todo o Egito nesta sexta-feira. Segundo o Ministério da Saúde, três pessoas morreram em um tiroteio no Cairo, onde centenas de milhares de manifestantes atenderam ao apelo feito pela Irmandade Muçulmana para um ato de repúdio ao golpe que derrubou Mursi na quarta-feira. Outros três policiais teriam sido encontrados mortos do lado de fora de um edifício governamental. na Península do Sinai, na fronteira entre o Egito e Israel. Também nesta sexta-feira, Adly Mansour, chefe de Estado interino, dissolveu o Parlamento por meio de um decreto.
No Cairo, partidários de Mursi chegaram à Praça Tahrir e caminham em direção ao edifício da TV estatal, que está sob forte segurança do Exército. Alguns tiros foram ouvidos no local. Cantando “derrubar, derrubar o governo militar”, os manifestantes atenderam desde a manhã ao apelo feito pela Irmandade Muçulmana para transformar a sexta-feira - um dia santo do Islã - em um dia de rejeição ao golpe. Hazem Salah Abu, candidato presidencial salafista desclassificado durante a campanha eleitoral, foi preso acusado de incitar a violência no Cairo.
E em uma medida já esperada, o presidente interino, Adly Mansour, dissolveu o Conselho da Shura, o equivalente ao Senado no Egito, único órgão legislativo que permanecia ativo depois que a Câmara foi dissolvida por autoridades militares logo após a eleição de Mursi, há um ano. Mansour também nomeou Mohamed Ahmed Farid para comandar a Inteligência. Ele substitui Mohamed Raafat Shehata, apontado por Mursi, que se torna conselheiro de segurança nacional.
Em meio à tensão, o Ministério Público ordenou a libertação de duas das principais figuras da Irmandade Muçulmana, de acordo com agência de notícias estatal Mena. Saad El-Katatni, chefe do braço político da Irmandade e ex-presidente do Parlamento, e Rashad al-Bayoumi, um dos vice-líderes da Irmandade foram presos na quinta-feira.
Mais cedo, o Conselho de Paz e de Segurança da União Africana suspendeu a participação do Egito na organização, em retaliação ao golpe. O Exército do Egito aconselhou moderação aos manifestantes e veículos blindados circulam por várias partes da capital.
Em seu discurso de posse na quinta-feira, o presidente interino Adly Mansour prometeu convocar novas eleições e não excluir a Irmandade Muçulmana do processo de reconstrução do país. Enquanto isso, Mursi continua sob custódia dos militares. Especula-se que ele esteja no Ministério da Defesa, no Cairo. Outras lideranças da Irmandade Muçulmana foram detidas horas após o golpe.

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