terça-feira, 2 de julho de 2013

ECONOMIA: Amigos, amigos, economia à parte

Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

Não há uma crise nem um confronto, pelo menos ao que se sabe, mas é cada vez mais distinta a visão que o Ministério da Fazenda e o BC têm no momento da economia brasileira. Mesmo menos entusiasmado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, continua dando luz à sua visão rósea da situação econômica, garante que a inflação e as contas públicas estão sob controle e que o PIB vai subir pelo menos 3% em 2013. No outro extremo, o BC optou por aderir ao realismo (não fantástico) : baixou sua previsão para o PIB do ano para 2,7% e elevou a de inflação para 6%, bem distante do centro da meta oficial de 4,5%. E para completar pespegou o selo de expansionista na política fiscal. Para acompanhar com mais segurança o comportamento das contas públicas, passou a observar, como mostra num anexo do Relatório Trimestral de Inflação, o conceito de "superávit primário estrutural". É o velho de guerra superávit primário (receita menos despesas desprezados os gastos com os juros) expurgado de receitas e despesas extraordinárias, tais como entrada de recursos não previstos nos cofres públicos e a já manjada contabilidade criativa. É importante saber com qual das duas visões a presidente Dilma Rousseff está comungando. Afinal, é ela a verdadeira ministra da economia e é de sua cabeça que saem as decisões.

Os números não mentem
A presidente Dilma Rousseff e o ministro Guido Mantega insistem que a política fiscal (gastos públicos) está absolutamente sobre controle. Não é o que acredita o BC : nos seus últimos comunicados - o mais recente semana passada, o Relatório Trimestral de Inflação - a autoridade monetária classifica esta política como expansionista, isto é, gastadeira. E não é o que mostram os números do desempenho das contas públicas até maio :
- em 2012, a receita foi de R% 360 bilhões, em 2013, R$ 387,3 bi - um aumento de 7,3%. Mas a despesa subiu mais : 12,8% (R$ 314 bi em 2012 contra R$ 354 bi em 2013).
- as despesas com a previdência saltaram de R$ 122,1 para R$ 139,4 bilhões, um acréscimo de 14,3%.
- os gastos com pessoal também subiram : R$ 74,1 bi para R$ 80,0 bi, mais 7,1%.
- as despesas de custeio (as da máquina administrativa) quase explodiram : de R$ 58, 3 bi para R$ 72 bi, aumento de 23,5%.
- os investimentos também subiram, porém muito menos : 2,3%, de R$ 26,2 bi para R$ 26,4 bi.
Brigar com os números não é a melhor receita para retomar a confiança na política econômica.

O que se espera de fato
Não se pode mais imaginar um crescimento do PIB de 3%. Estamos, de fato, caminhando para algo entre 1% e 1,5% nesse ano. Um resultado que reflete toda a incompetência governamental para ligar com expectativas e ambições do setor privado, esse patinho feio que o governo construiu intramuros. Ademais, a queda dos preços das commodities e a saída de recursos externos apontam para um câmbio bem mais para R$ 3,00 que R$ 2,00. A queda do Ibovespa, já na casa de 25% este ano pode atingir mais de 50%. O Brasil perdeu a onda externa favorável por força da incompetência do governo, em larga medida, e pela vaidade dos moradores dos palácios de Brasília.

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