terça-feira, 2 de julho de 2013

CIDADANIA: Como manda a tradição, cortejo do 2 de Julho será palco de protestos

Do CORREIODABAHIA.COM.BR
Rafael Rodrigues

A bronca começa pelos servidores do município, que estão em greve por maiores salários 
O povo nas ruas para lutar por direitos. Não é mais um dos protestos que mudaram a rotina do país, mas o maior dos atos cívicos que há no calendário do povo baiano: o 2 de Julho. Hoje, entre a Lapinha e o Terreiro de Jesus, milhares de pessoas, divididas em blocos, marcharão com bandeiras e faixas para comemorar a Independência da Bahia e, como faz parte da tradição, reclamar.
A bronca começa pelos servidores do município, que estão em greve por maiores salários. “Vamos para a rua mostrar nossa insatisfação com a prefeitura, mas também como cidadãos. Não queremos só melhoria na nossa condição de salário e de trabalho, mas também melhorias na educação, na saúde. Repudiamos a violência policial nas manifestações e na abordagem nas periferias”, disse o coordenador do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindseps), Everaldo Braga.
A reclamação contra a ação da Polícia Militar no controle de grandes manifestações estará presente também nas bandeiras de colegas de trabalho dos PMs, os policiais civis. A categoria vai às ruas lutando pela desmilitarização das polícias no Brasil, como forma de acabar com o rigoroso regime interno que passam os policiais militares.
“A gente vê imprensa e cidadão de bem tomando bala de borracha, gás lacrimogêneo. Isso se dá devido ao modo que a PM está sendo educada. A PM tem bons profissionais, mas a formação dela vê o cidadão como inimigo, trabalha para confrontar o cidadão”, defendeu Bernadino Gayoso, secretário-geral do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc). Ele salienta que a bandeira da categoria prevê a incorporação dos militares na Polícia Civil, que seria única.
Do lado dos professores, a insatisfação é geral e atinge governo do estado e prefeitura. A categoria vai às ruas cobrando o pagamento do reajuste salarial aos professores da rede municipal retroativo a maio, data-base do início das negociações; assim como o pagamento da diferença do URV, uma indenização garantida na Justiça para o funcionalismo estadual.
“Além disso, tivemos vitória grande no Congresso com a destinação dos royalties do pré-sal para educação. Agora vamos cobrar por transparência na aplicação destes recursos”, destacou a diretora do APLB (sindicato que representa a categoria), professora Elza Melo.
O governador Jaques Wagner (PT) e o prefeito ACM Neto (DEM) confirmaram presença. Já no caso dos médicos, nem governador e nem prefeito são os alvos preferenciais dos manifestantes, que estão revoltados mesmo com a presidente Dilma Rousseff.
Os médicos reclamam da política de importação de médicos sem a necessidade da submissão ao teste do Revalida para atuar em solo nacional. “Se eu sair daqui para trabalhar na Bolívia, tenho que me submeter a uma equivalência. Por que quem vem de lá não precisa? Estão colocando em risco a população, já que apenas 10% de quem tenta fazer o teste passa”, ponderou o presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed), Francisco Magalhães. No cortejo , os médicos vão distribuir cartas explicando por que são contra a vinda de médicos estrangeiros.
Passe Livre Além das categorias profissionais, também vão participar do cortejo os manifestantes que fizeram a história do país nos últimos dias com protestos contra corrupção e por ampliação do direito dos cidadãos.
Por meio das redes sociais, o Movimento Passe Livre também se organiza para participar do desfile. Os líderes do movimento na Bahia não quiseram divulgar detalhes da manifestação.
O movimento Negro, através da Unegro, também vai às ruas pela aprovação, na Assembleia Legislativa, do Estatuto da Igualdade Racial, que está parado na Casa desde 2005. “Com o estatuto, as políticas não serão de um governo, passam a ser do estado, obrigatórias para quem vier”, destacou Jerônimo Silva Júnior, diretor da entidade.
Os movimentos feministas vão realizar a Marcha das Vadias, com foco na tentativa de derrubar o projeto do Estatuto do Nascituro, que tramita no Congresso Nacional e proíbe o aborto mesmo em situações de estupro.
Os gays também levarão bandeiras contra a iniciativa de parlamentares. O alvo é o projeto da “Cura Gay”, que revoga dispositivos de resolução do Conselho Federal de Psicologia, em vigor desde 1999, que hoje impedem tratamentos que tentem mudar a orientação sexual dos pacientes.
“Gay não é doença, cura gay é charlatanismo. Temos que reclamar é para que aprovem a equiparação da homofobia como crime, tal qual o racismo é”, disse Luiz Mott, presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB).

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