terça-feira, 5 de março de 2013

ECONOMIA: O crescimento além do PIB

Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

O resultado do PIB que apresentou um crescimento de apenas 0,9% em 2012 não reflete apenas a realidade objetiva no curto prazo. É direto, espelho de um país que se distancia de suas possibilidades, estas muito mais grandiosas. O problema não é o "estático" desempenho de um ano para o outro, mas a ausência de "dinâmica". O consumo também capenga porque, a despeito do elevado nível de emprego, a população se engalfinhou em dívidas caríssimas no tempo da euforia lulista. A indústria está visivelmente pouco competitiva - 21% dos produtos industriais são importados numa arena cambial onde a indústria local não pode prevalecer. Neste contexto, falta ao governo visão estratégica e à iniciativa privada a vontade política de agir em prol de seus interesses. Todos parecem letargicamente esperar que algo aconteça. Não acontecerá. Enquanto isso, o PIB pode subir 3,0% ou 4,0%, mas a realidade subjacente está sólida e não é nada boa.

Copom vai manter juros
Num cenário que combina atividade econômica débil e emprego positivo, o BC vai tecer a sua estratégia em relação à inflação extremamente elevada para um país que zela pela sua moeda. O primeiro ato do teatro da autoridade monetária já foi cumprido : Tombini e seus diretores vieram a público para dizer que estão presentes e que a situação será controlada. Foi um calculado (e combinado) jogo de palavras que esclareceu o mercado e alinhou expectativas dos agentes e do próprio governo (que andava meio ausente neste tema). Agora começa a chegar o momento em que o BC terá de passar da prosa para a ação. Todavia, com o PIB lá embaixo e os indicadores de atividade ainda incipientes (no que tange ao crescimento) é provável que tudo fique como está para ver como é que fica. Depois desta próxima reunião do Copom é possível uma alta de juros porque palavras, como se sabe, não movem montanhas (ops !), não reduzem inflação.

Perguntas sem respostas
Digamos que o PIB deste ano não seja nem 3,0% e muito menos 4,0%. Seja apenas algo entre 1,0% e 2,0%. O que fará a presidente Dilma: removerá a equipe econômica que segue cegamente suas recomendações? Quem viria a substituí-la?

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