terça-feira, 15 de janeiro de 2013

ECONOMIA: Revisionismo em Dilma ?

Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

Nos primeiros dois anos de mandato de Dilma dá para contar nos dedos das duas mãos a quantidade de empresários que passou pelo "confessionário" do Palácio do Planalto, ou seja, que teve a glória de ter uma audiência, pública ou privada, com a presidente. A exceção é Jorge Gerdau, da copa e cozinha presidencial, escolhido por Dilma para comandar um programa de busca de eficiência no governo Federal. De repente, em dois dias a presidente recebeu em seu gabinete seis potentados do que se costumava chamar antigamente de classe produtiva. O objetivo da mudança da postura da Dilma, confessado, é induzi-los a investir mais no Brasil para afastar o país da "armadilha do crescimento" (expressão cunhada pelo economista José Roberto Mendonça de Barros) em que se encontra. No fundo, trata-se de tentar recuperar a confiança desses agentes na atual política econômica, abalada por uma série de sinais contraditórios emitidos de Brasília nos últimos meses. A questão não é apenas ouvir. É também "escutar", procurar entender e, principalmente, fazer a máquina andar na direção e no ritmo certos. A realidade, até agora, é que certo autismo se apoderou de Brasília na gestão Dilma, com excesso de auto-suficiência.

Um pouco mais de realismo

Segundo alguns analistas, para completar esse "revisionismo" o governo deveria também ater-se mais aos fatos como eles são, marcar mais encontros com a realidade. Entre outras coisas, ajustar suas previsões em matéria de economia, conter seu gosto por promessas e marketing em limites razoáveis, admitir falhas e fracassos, quando for o caso. O episódio da maquiagem do superávit primário, absolutamente desnecessário, é exemplo do que não se deve fazer. A insistência em dizer que o processo inflacionário está dentro dos limites da normalidade também não. O modo como está sendo tratada a questão elétrica, idem. Fontes oficiais chegaram a informar, anonimamente, que um surto de realismo bateria no governo Federal depois da volta da presidente a Brasília, antecipada em alguns dias por causa das conversas sobre uma possível falta de energia. Não foi o que se viu. O esforço brasiliense foi para dizer que tudo vai bem nas barragens das hidrelétricas. Melhor teria sido dizer que o risco de racionamento está muito distante, mas aconselhar à população moderação no uso de energia elétrica. Antes prevenir que remediar.

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