Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL
Em princípio, o pacote para turbinar a economia
brasileira seria anunciado em um lance só, tudo de uma vez. Depois foi "fatiado"
(palavra da moda) para permitir ao governo mais momentos de exposição positiva e
marketing. Os marqueteiros oficiais teriam aconselhado esse método (estilo
Joaquim Barbosa) para que se criassem mais ondas positivas e se rivalizasse na
mídia com o noticiário do mensalão. As boas novas viriam em sequências semanais
: concessão de ferrovias e rodovias ; concessão de portos e aeroportos ; redução
das tarifas de energia elétrica ; inclusão de mais setores da economia na
redução da contribuição para a Previdência Social.
Pacote atrasado (e fatiado) II
Todos os projetos em estudo há bastante tempo e
mais do que pré-anunciados. Sobre a situação da eletricidade, por exemplo, o
ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, deu a notícia somente mais de dez
vezes somente este ano. No entanto, o pacotão do PIB emperrou logo após seu
primeiro filhote, o das rodovias e ferrovias, anunciado em suas grandes linhas,
mas faltando o essencial : os detalhes, que ainda vão demorar alguns meses para
serem todos conhecidos. O restante ficou para setembro e algo até para agosto.
As razões : (1) havia muito voluntarismo, muita improvisação e pouco estudo nos
pré-anúncios ; (2) as divergências entre as diversas áreas envolvidas no
projeto, inclusive algumas de cunho ideológico ; (3) a presidente está sempre
insatisfeita com o que se lhe é apresentado.
Uma questão também de
dinheiro
Nos casos específicos da energia elétrica e da
contribuição empresarial para a Previdência Social há um agravante : o caixa do
Tesouro e o compromisso com a meta de superávit fiscal. O governo não está em
condições de abrir mão da receita agora. E talvez tenha de ser comedido, pelo
menos inicialmente, pelo menos nos primeiros meses de 2013. A duas medidas só
devem começar a valer mesmo a partir de janeiro ou mais. O Orçamento da União, a
ser enviado ao Congresso até sexta-feira, vai dar mais dicas sobre o que se pode
esperar da promessa da presidente Dilma de tratar os brasileiros um pouquinho
melhor em matéria de tributos.
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