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Segundo a FGV, o IGP-M acumula alta de 6,07% no
ano
SÃO PAULO — A inflação medida pelo Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M),
referência nos reajustes dos contratos de aluguel, ficou mais forte em agosto.
Segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgada nesta quinta-feira,
os preços subiram 1,43% no mês, ante elevação de 1,34% em julho. A alta foi
impulsionado tanto pelos preços no atacado quanto no varejo.
Nos últimos 12 meses, os preços monitorados pelo IGP-M já subiram 7,72%; no
ano, a inflação acumulada é de 6,07%.
Apesar de ter ficado mais forte em agosto, o aumento dos preços foi um pouco
menor do que esperavam os economistas. Segundo projeções coletadas pela agência
de notícias Reuters, analistas do mercado financeiro previam que o IGP-M teria
variação de 1,45% em agosto.
Entre os subíndices que compõem o IGP-M, aquele que acompanha os preços do
atacado — o Índice de Preços ao Produtor Amplo-Mercado (IPA-M), que tem peso de
60% na taxa mensal — manteve a tendência de forte expansão dos últimos meses:
subiu de 1,81% em julho para 1,99% em agosto.
Seca americana continua pressionando a inflação
Mais uma vezes, os efeitos da mais severa seca a atingir os Estados Unidos em
meio século explicam grande parte do aumento nos preços. As matérias-primas
brutas ficaram 4,92% mais caras em agosto, contra 3,31% em julho. Os itens que
mais influenciaram foram milho em grão (cuja alta subiu de 6,74% para 20,33% na
passagem de julho para agosto). Como o milho serve de ração, também tiveram
forte alta o preços das aves (de 0,84% para 11,18%) e dos suínos (de -2,98% para
26,69%).
Já os preços dos Bens Finais avançaram 0,71%, ante 1,04% anteriormente.
Contribuiu para este movimento o subgrupo alimentos in natura, cuja taxa de
variação passou de 4,61% para 0,98%.
No segmento Bens Intermediários, houve desaceleração para 0,83%, ante 1,34%
em julho. A principal contribuição partiu do subgrupo materiais e componentes
para a manufatura, que passou de 1,36% para 0,59%.
Já o Índice de Preços ao Consumidor-Mercado (IPC-M) acelerou a alta para
0,33%, contra 0,25% visto anteriormente. A principal contribuição para o
acréscimo foi do grupo Habitação, que passou de 0,18% para 0,29%. Nesta classe
de despesa destacou-se o comportamento do item móveis para residência, cuja taxa
de variação passou de -0,37% para 0,53%.
Também houve acréscimo nas taxas de variação de Educação, Leitura e Recreação
(0,27 para 0,54 por cento), Vestuário (-0,83 para -0,58 por cento), Saúde e
Cuidados Pessoais (0,32 para 0,43 por cento), Transportes (-0,39 para -0,34 por
cento) e Comunicação (0,17 para 0,31 por cento).
Por outro lado, registraram recuo os grupos Alimentação (1,06 para 1,00 por
cento) e Despesas Diversas (0,39 para 0,24 por cento).
Por sua vez, o Índice Nacional de Custo da Construção-Mercado (INCC-M)
registrou elevação de 0,32 por cento em agosto, desacelerando ante alta de 0,85
por cento na apuração de julho.
O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de
0,36 por cento, ante 0,63 por cento no mês anterior. O custo da Mão de Obra
subiu 0,28 por cento em agosto, ante 1,05 por cento em julho.
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