DO POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL
O STF tece um longo tecido jurídico para sentenciar
38 réus, numa mistura de argumentos factuais, jurídicos e retóricos (estes mais
a cargo do relator e revisor). Ao mesmo tempo, está se formando na opinião
pública - esta limitada aqueles que de facto tentam entender tudo que
corre no salão principal da Corte Suprema - uma percepção de que interesses,
além do livre convencimento dos juízes, estão fluindo com mais força para dentro
do STF. (As entrevistas de advogados e ministros do STF complicam ainda mais).
Ademais, evoca-se na Corte e, sobretudo fora dela, de forma crescente, nomes
consagrados (juristas ou não) para justificar o que fizeram e o que não fizeram
os réus para merecer tal penalidade ou absolvição. Falta mesmo é a opinião clara
dos juízes que julgam o caso. Com efeito, a confusão está crescendo. Deve-se
observar que, sem esta transparência "pedagógica" das sentenças, o distinto
público vai sentir cheiro de pizza no ar. Ou seja, é preciso que os julgadores
sejam mais transparentes em relação ao que estão concluindo. O tal do mensalão
precisa satisfazer além dos autos. Senão, o julgamento histórico vira "retórico"
e a Justiça parecerá ainda mais inalcançável para o cidadão desprovido de
privilégios.
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