terça-feira, 6 de março de 2012

ECONOMIA: Economia em marcha lenta

Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

Economia em marcha lenta I
Há poucos anos discutia-se muito entre os economistas que o crescimento não era sustentável em função das restrições cambiais que o país historicamente tinha. No governo FHC, o crescimento per capita gravitou ao redor de zero. Na era Lula, regada pela bonança internacional, o crescimento per capita pulou para algo em torno de 3%. De todo o modo, este crescimento é substancialmente inferior aos países mais importantes dentre os emergentes, os chamados BRICs, e menor que os principais países da América Latina, excetuando-se o México. Esta constatação se repete neste primeiro ano da presidente Dilma : o Brasil continua patinando, a despeito do grande prestígio que tem perante o mundo desenvolvido em crise. Note-se que estamos analisando em termos relativos o que retira o argumento de que este baixo crescimento se deve a crise externa.
Economia em marcha lenta II
Há muitas possibilidades para se justificar este crescimento medíocre. O mais aparente é que a taxa de investimento instável, ao redor de 20% do PIB, ainda é baixa em comparação aos outros países com características semelhantes às do Brasil. Logo, chegamos à taxa de juros básica e de crédito aberradamente desequilibradas. De outro lado, a inflação brasileira acumula perdas importantes em termos de poder de compra. Ademais, a taxa de câmbio está supervalorizada, basta se verificar o desempenho dos preços do segmento de serviços. Por fim, temos um resultado fiscal equilibrado, mas que onera em excesso os segmentos mais produtivos da economia em favor de um obeso Estado. Menor produtividade, menor crescimento.
Economia em marcha lenta III
Como se vê nas notas acima, a economia brasileira não parece tão saudável quanto se apregoa mundo afora. Ocorre que quem está muito adoentado são os países centrais do capitalismo. Nesta comparação, o Brasil brilha e talvez aí resida a negligência generalizada em torno de reformas essenciais para dotar a economia brasileira da vitalidade necessária que justifique os excessos verbais quando se comenta sobre a economia brasileira por aqui e lá fora. A economia, neste ritmo lento, de fato, e "atraente", na aparência, faz jus ao desempenho político da presidente Dilma, e vice-versa. A presidente gosta de ser conhecida pelo seu caráter de "gerente". Uma imagem bem discrepante com a realpolitik da coalizão partidária que preside, onde cabe tudo, de comunistas errantes pelo mundo, no ministério dos Esportes até a vanguarda do atraso, nas Minas e Energia. De Sarney às políticas da condição feminina. De Dilma à Lula. A economia imita a política. E vice-versa. Não há reformas relevantes e não há gerência competente. O que se vê é um Brasil muito melhor perante um mundo muito ruim.

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