quinta-feira, 8 de março de 2012

ECONOMIA: Após Copom, Ibovespa abre em forte alta; dólar cai

De O GLOBO.COM.BR

João Sorima Neto
Com agências internacionais
Mercado recebe com otimismo queda de juro para 9,75% ao ano
SÃO PAULO - Um dia após a redução da taxa de juro Selic para 9,75% pelo Comitê de Política Monetária (Copom), o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), abriu em alta e ganhou fôlego minutos após o início do pregão. Às 11h10m, o índice operava com valorização de 1,49% voltando ao patamar de 67 mil pontos. O dólar volta a se desvalorizar frente ao real nesta quinta-feira e por volta das 11h10m caía 0,33% cotado a R$ 1,770 na venda e R$ 1,769 na compra. No exterior, a moeda americana também se desvaloriza. Nesta quarta-feira, o dólar subiu 0,06% frente ao real, marcando o quarto pregão consecutivo de alta.
A decisão do Copom foi recebida com otimismo pelo mercado, que passou a apostar numa queda maior da Selic - de 0,75 ponto percentual e não 0,5 ponto percentual - após a divulgação do PIB de 2,7% em 2011, considerado fraco. Foi a maior redução de juro numa reunião do Copom desde junho de 2009.
- A decisão de derrubar a Selic em 0,75 ponto percentual, acima da expectativa do mercado, certamente foi motivada pelo ‘pibinho’ divulgado no dia anterior. O BC deve continuar a reduzir a Selic, chegando a 9,25% e podendo ir até 9%, dependendo da inflação. Na próxima reunião, acredito em uma redução de 0,25 ponto percentual, embora o mercado aposte em 0,5 pp. Mas o BC vai acompanhar a trajetória da inflação, que ainda preocupa. Houve aumento de preços no mercado internacional, especialmente na China, e o Brasil acaba importando inflação - afirma o economista Clodoir Vieira, da corretora Souza Barros.
No mercado de juros futuros, os contratos apontam queda. Os Depósitos Interfinanceiros (DIs) para janeiro de 2013, a queda das taxas era de 0,20 ponto percentual, para 8,70%. Para julho, a queda era de 0,18 ponto, para 9,01%. Para o início de 2015, 2016 e 2017, as taxas cediam, respectivamente, 0,1 ponto, 0,1 ponto e 0,05 ponto, para 10%, 10,35% e 10,61%.
Em comunicado, o Copom afirmou que “dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 9,75% a.a., sem viés, por cinco votos a favor e dois votos pela redução da taxa Selic em 0,5 p.p.”.
- Em nossa visão, apesar de breve, o comunicado sinaliza que o processo de afrouxamento monetário seguirá na próxima reuniãoem abril, ao final do ajuste e Copom deve levar a Selic a pelo menos 9% ao fi nal do processo - diz o economista chefe do Bradesco, Octávio de Barros.
No exterior, os investidores acompanham o desfecho da troca de dívida na Grécia. Hoje é o último dia para adesão dos investidores, que devem amargar perdas de 53%. As últimas notícias dão conta que a troca será realizada com sucesso, atingindo o nível mínimo desejado de 75%. Pelo menos 60% dos credores já teriam aderido ao swap de dívida. As Bolsas europeias refletem esse otimismo e sobem. O índice Ibex, da Bolsa de Madri, tem alta de 1,08%; O Dax, da Bolsa de Frakfurt, se valoriza 2,04; o CAC, da Bolsa de Paris, tem alta de 1,92% e o FTSE, da Bolsa de Londres, se valoriza 1,26%.
Também na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) manteve nesta quinta a taxa básica de juros da zona do euro em 1,0%. A notícia veio em linha com a previsão dos economistas. O Banco da Inglaterra também deixou inalterado o juro básico, em 0,5% ao ano, mantendo a decisão de injetar mais 50 bilhões de libras como estímulo monetário à economia.
Na Alemanha, a produção industrial subiu 1,6% em janeiro. O resultado superou a previsão dos economistas de uma alta de 1,2%.
Nos EUA, os pedidos semanais de auxílio desemprego tiveram alta para 362.000, um pouco acima da projeção do mercado, que esperava uma alta de 351.000. Mesmo assim, abaixo da linha de 400 mil pedidos semanais e da faixa de 375 mil, o resultado é considerado positivo, sinalizando a queda do desemprego no país. As Bolsas americanas sobem. O Nasdaq se valoriza 0,73% e o Dow Jones tem alta de 0,61%.
No Brasil, a Fundação Getúlio Vargas divulgou o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), que subiu 0,41% na primeira semana do mês, encerrada em 7 de março. O resultado, segundo a FGV, é 0,17 ponto percentual acima da taxa registrada na semana anterior.
No campo corporativo, a Ambev informou que o lucro líquido normalizado avançou 14,8% no último trimestre de 2011, na comparação com o mesmo período de 2010, passando de R$ 2,652 bilhões para R$ 3,046 bilhões. No ano,o lucro líquido normalizado avançou 11,7%, subindo de 7,712 bilhões em 2010 para R$ 8,617 bilhões em 2011.
Na Ásia, o Japão divulgou o resultado do seu Produto Interno Bruto (PIB), que recuou 0,7% no ano passado. Apesar da importância, o dado não deve se refletir sobre o desempenho do mercado, já que a Grécia está no foco. As Bolsas asiáticas se recuperaram com a possibilidade de acordo com os credores na Grécia. Na Bolsa de Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 1,3%. Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei, subiu 2% e na China, o índice Xangai Composto subiu 1,1%, enquanto o índice Shenzhen Composto ganhou 1,3%.

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