sexta-feira, 5 de agosto de 2011

MUNDO: Estudantes ignoram proibição de governo e vão às ruas do Chile; Mais de 500 pessoas são detidas

De O GLOBO.COM
O Globo

SANTIAGO - Estudantes e funcionários do setor educacional do Chile saíram nas ruas de 12 cidades do país para protestar contra o sistema de ensino. Segundo o subsecretário de Interior, Rodrigo Ubilla, 552 pessoas foram detidas, sendo 284 apenas na capital Santiago. De acordo com o balanço, 29 policiais também ficaram feridos.
- Lamentamos que o produto de uma convocação irresponsável de dirigentes estudantis e de professores tenha gerado as situações que observamos - disse Ubilla.
Santiago foi palco dos mais duros enfrentamentos. Logo no início da manhã, manifestantes ergueram barricadas em 12 pontos da cidade. À noite, um grupo de 80 estudantes ocupou por 40 minutos as dependências da rede de televisão Chilevisión, interrompendo o trabalho dos jornalistas. Após negociação, os jovens gravaram declarações que seriam transmitidas no principal jornal da emissora.
Segundo a presidente da Confederação de Estudantes Universitários do Chile (Confech), Camila Vallejo, a capital ficou sob estado de sítio. Em retaliação à repressão, Camilla, que acusou o governo de exercer "violência" contra os manisfestantes, convocou um panelaço em todo o Chile para esta noite. Os estudantes ainda marcaram uma paralisação nacional no próximo dia 9.
As barricadas foram erguidas horas antes dos estudantes iniciarem duas marchas, ignorando a proibição do governo, que afirmou nesta quarta-feira que usaria todas medidas necessárias para evitas os protestos. Segundo o ministério do Interior, 5 mil pessoas participaram dos protestos, 3 mil de manhã e 2 mil à noite.
Em uma tentativa de dispersar os manifestantes, que bloqueiam ruas em Santiago, a polícia usou carros, helicópteros, gás lacrimogêneo e jatos d'água.
- Não vamos permitir que o país tenha donos, sejam eles estudantes ou empresários, não interessa - disse o porta-voz do governo chileno, Andrés Chadwick.
O Confech deu um prazo de seis para o governo para responder às demandas estudantis.
A esperada pesquisa do Centro de Estudos Públicos (CEP), divulgada nesta quinta-feira, mostrou que o índice de aprovação do presidente Piñera voltou a cair, conforme o esperado. Segundo a enquete, realizada entre os meses de junho e julho, apenas 26% dos chilenos aprovado o atual governo. É o pior índice de popularidade registrado por chefes de Estado da história do CEP. Até agora, o mais impopular dos governantes chilenos era Eduardo Frei, que em 1999, amargou menos 28% de aprovação popular.
Há dois meses, as escolas e universidades públicas estão ocupadas e uma ampla mobilização, que chegou a reunir cerca de 400 mil pessoas nas ruas do Chile no final de junho, pede melhoras na educação.
Uma proposta de reforma educacional que incluiu um pacote de 21 medidas foi entregue pelo governo às associações estudantis na segunda-feira, sendo que muitas organizações estudantis rechaçaram o projeto por considerá-lo insatisfatório. A resposta definitiva será dada nesta sexta-feira.

Comentários:

Postar um comentário

Template Rounders modificado por ::Power By Tony Miranda - Pesmarketing - [71] 9978 5050::
| 2010 |