segunda-feira, 1 de agosto de 2011

MUNDO: Assad elogia; tropas e tanques voltam a atacar na Síria; potências condenam, mas descartam ofensiva

De O Globo

Com agências internacionais

LONDRES e AMÃ - No primeiro dia do Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos, tanques sírios voltaram a atacar nesta segunda-feira a cidade de Hama, principal alvo das ações militares que deixaram mais de 140 civis mortos no país no domingo, segundo ativistas. De acordo com um morador, pelo menos quatro civis teriam sido mortos na nova ofensiva do governo para abafar os protestos contra o presidente Bashar al-Assad. Nesta manhã, Assad elogiou suas tropas por "frustrar o inimigo".
- Seus esforços e sacrifícios serão admirados - disse o presidente, segundo a agência de notícias síria Sana, durante um discurso pelo 66º aniversário da formação do Exército do país. - (as tropas) provaram sua lealdade ao seu povo, país e credo.
Grandes potências, como Rússia e Reino Unido, condenaram novamente a repressão na Síria, mas o ministro de Relações Exteriores britânico, William Hague, descartou uma intervenção militar da comunidade internacional, nos moldes da ofensiva que é realizada na Líbia há três meses. Hague pediu nesta segunda-feira que os aliados mantenham a pressão sobre Assad, o que deve incluir os países árabes.
- Nós não queremos ver mais sanções. Nós queremos ver uma pressão internacional mais forte em todo lugar. Claro, para ser efetiva, não pode ser só pressão das nações ocidentais. Isso inclui nações árabes, inclui a Turquia - disse o ministro em entrevista à BBC, acrescentando que uma ação militar contra a Síria, mesmo com autorização da ONU, não é sequer "uma possibilidade remota".
Seguindo a mesma linha, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse que não há condições para uma intervenção militar.
- Na Líbia, a operação está baseada em um mandato claro da ONU - disse Rasmussen. - Temos o apoio dos países da região. E não reunimos essas condições no caso da Síria.
Segundo a rede árabe al-Jazeera, a cidade síria de Deir ez-Zor também foi atacada por tanques do governo nesta segunda-feira. De acordo com uma testemunha, 25 pessoas foram mortas e 65 ficaram feridas. Já estaria começando a faltar comida e medicamentos na cidade, que é o principal centro de produção de petróleo e gás no leste da Síria.
No domingo, os governos de EUA, Reino Unido, França, Turquia, Itália e Alemanha já haviam condenado a violência na Síria. Os dois últimos chegaram a pedir que seja realizado um encontro do Conselho de Segurança da ONU para tomar uma posição firme em relação ao país.
Em uma carta ao Exército, Assad reafirmou que o país estava enfrentando uma conspiração estrangeira para disseminar a disputa sectária com o objetivo de "dividir a Síria em pequenos Estados que competem para satisfazer aqueles que trabalharam para cortá-los em pedaços." UE amplia sanções
A União Europeia ampliou as sanções ao regime sírio nesta segunda-feira, com o congelamento de bens e a proibição de viagens a mais cinco militares e membros do governo. Com isso, já são 35 os sírios, incluindo Assad, afetados pelas restrições do bloco europeu, além de cinco instituições.
A UE tem também um embargo sobre a venda de armas e equipamentos que possam ser usados para reprimir manifestações na Síria.
A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, voltou a condenar a repressão do regime sírio. Para ela, os ataques do fim de semana mostram que Assad "não quer atender aos pedidos legítimos de reforma do povo sírio".
Segundo Ashton, o Conselho de Segurança fará uma reunião de emergência ainda nesta segunda-feira, sobre a situação na Síria. Com a oposição de Rússia e China, o principal órgão da ONU ainda não emitiu uma resolução de condenação ao regime Assad.

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