quarta-feira, 3 de agosto de 2011

COMENTÁRIO: O Brasil, o Financial Times e a crise mundial

Do BAHIA NOTÍCIAS

Por Samuel Celestino

O londrino Financial Times discute o Brasil na sua edição de hoje de uma forma que o PT pode gostar, mas em parte. Trata da crise mundial e a inserção do Brasil que, de longe, sem receber, por ora, os impactos, critica o que está a acontecer. Diz: “O Brasil, que uma década atrás era um mercado emergente cheio de problemas, é atualmente um retrato de estabilidade política e macroeconômica quando comparado ao seu outrora dominante parceiro do norte e às antigas potências coloniais da Europa. Atualmente, o Brasil, além de ser o quinto maior credor dos Estados Unidos, com reservas de moeda estrangeira de US$ 327 bilhões em junho último, tem também uma economia que cresce continuamente e um índice de desemprego incomumente baixo. Mas, neste momento em que o mundo desenvolvido exibe tendências que antigamente eram associadas aos mercados emergentes, o desafio do Brasil é encontrar uma forma de administrar o seu sucesso. O país não pode mostrar-se complacente diante da tarefa difícil de sair da armadilha do nível de renda intermediário na qual a sua economia está presa há décadas”. Até aí, tudo bem para o PT e para Lula. Agora, o que lhes compete chorar. Anota o Financial: “O ponto de virada para a economia brasileira ocorreu na década de noventa, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso implementou uma série de políticas com o objetivo de estabilizar os preços ao consumidor e a taxa de câmbio. O seu sucessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deu continuidade a este foco na estabilidade macroeconômica, e ao mesmo tempo ampliou os programas sociais para melhorar o padrão de vida dos indivíduos muito pobres. “Os resultados foram notáveis”. A publicação londrina continua a sua análise citando as dificuldades que o país atravessa e as medidas que toma para combater a “guerra cambial” e proteger a sua indústria do dólar baixo (medida tomada nesta terça feira). O jornal considera as gestões brasileiras “relativamente competentes” e afirma que “O seu sucesso econômico atraiu uma grande quantidade de dinheiro de mercados desenvolvidos estagnados, o que impulsionou para cima a taxa de câmbio da moeda brasileira, o real, em relação ao dólar, ameaçando a competitividade da indústria nacional”. O Financial não deixa de tocar na onda de corrupção e na pronta ação da presidente Dilma, especialmente no Ministério dos Transportes, que, de acordo com o jornal, foram interpretados pelos brasileiros com sendo “a limpeza de primavera”(em uma alusão as revoltas nos países árabes e do Oriente Médio). De outro modo, o jornal diz que o Brasil tem “um mercado de trabalho apertado, um sistema educacional fraco e uma carência de trabalhadores qualificados que estão impulsionando os salários para cima, ao mesmo tempo em que uma rede de infraestrutura muito deficiente que faz com que aumentem os custos de produção no país”. Cita o endividamento dos brasileiros que “começa a dar sinais de dificuldades” e completa afirmando que o Brasil precisa ter cuidado para “não soterrar a sua nova classe média sob uma dívida tão grande que, quando a nova crise econômica chegar, esses indivíduos venham a cair de volta na pobreza”. Correto. (Samuel Celestino)

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