terça-feira, 12 de julho de 2011

POLÍTICA: Dilma manda BNDES sair do negócio com Pão de Açúcar

De O Globo (economia.oglobo.com.br)Reuters

RIO - Em conversa com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff decidiu que o banco não deve participar da aliança com Abílio Diniz para a compra de um pedaço do Carrefour, informa Ancelmo Gois em sua coluna no jornal O GLOBO desta terça-feira. A BNDESPar, braço de participações, injetaria pelo menos R$ 4 bilhões no negócio. Na avaliação de Dilma, o BNDES teria saído desgastado do episódio porque Diniz, aliado do PT nas últimas eleições e amigo do ex-presidente Lula, não teria deixado claro que o banco só investiria com o aval do sócio francês Casino.
Em resposta à possibilidade de o governo brasileiro retirar o apoio, as ações do Carrefour recuavam mais de 3% na abertura dos mercados europeus nesta terça-feira.
O plano de fusão, traçado pelo presidente do conselho de administração do Pão de Açúcar, Abilio Diniz, tem sido vigorosamente contrariado pelo grupo francês Casino, com quem o empresário divide o controle da varejista brasileira.
Pela proposta apresentada em 28 de junho, o BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social,
entraria com 1,7 bilhão de euros (quase R$ 4 bilhões) na operação, enquanto o BTG Pactual participaria com 800 milhões de euros.
Mas o forte protesto contra a transação vindo do Casino, ferrenho concorrente do Carrefour na França, trouxe cautela ao governo brasileiro sobre o caso. Analistas afirmaram que a possível desistência do BNDES foi um golpe para o Carrefour, que luta para se recuperar dos três alertas de lucro feitos há menos de um ano.
- Os executivos (do Carrefour) certamente esperavam que o negócio fosse adiante e que as sinergias ajudariam a melhorar significativamente sua rentabilidade em hipermercados no Brasi - disse o analista Justin Scarborough, do RBS. - Se o negócio fracassar, será uma decepção.
Às 8h05h (horário de Brasília), as ações do Carrefour caíam 3,45% em Paris, enquanto as do Casino cediam 1,47%.
O mercado, entretanto, não acredita que a batalha tenha chegado ao fim.
- Espero que seja uma longa novela com muitas reviravoltas - disse o analista Chris Hogbin, do Bernstein.
Ele acredita que o Wal-Mart possa se interessar pelos ativos brasileiros do Carrefour, caso estejam disponíveis, ou que a proposta de fusão defendida pelo Pão de Açúcar seja revista de forma a beneficiar o Casino em maior medida.
Diniz se reunirá com o conselho de administração do Casino nesta terça-feira, em Paris, para explicar as razões que o levam a defender a proposta de fusão apresentada.

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