terça-feira, 7 de junho de 2011

ECONOMIA: IPCA desacelera em maio, mas continua acima da meta em 12 meses

De O GLOBO

Mariana Durão e Daniel Haidar

RIO - A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,47% em maio, uma desaceleração frente ao aumento de 0,77% em abril, segundo levantamento divulgado pelo IBGE nesta terça-feira. Com isso, a inflação acumula alta de 6,55% em 12 meses e continua acima da meta perseguida pelo governo. A queda nos preços dos combutíveis foi uma das principais contribuições para o frieo da inflação neste mês, com queda de 0,35%. O etanol, principal freio segundo o IBGE, caiu 11,34%.
Analistas esperavam aumento de 0,48% em maio, conforme a mediana das projeções do boletim Focus do Banco Central. O centro da meta para a inflação do Banco Central é 4,5% ao ano, com tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. Mas esse limite foi rompido este ano desde abril quando o índice chegou a 6,51% em 12 meses.
- É importante interpretar que apesar da desaceleração da taxa de abril (0,77%) para maio (0,47%), na ótica dos 12 meses a inflação cresceu (para 6,55%). Isso porque, a inflação de maio foi maior que a de maio do ano passado (0,43) - Eulina Nunes, coordenadora de Índices de Preços.
Em abril o índice foi muito pressionado pelos combustíveis. Com a entrada da safra de cana-de açúcar, essa pressão se reduziu e os preços em maio despencaram. O impacto do grupo transportes, que praticamente explicou a inflação de abril, saiu de 0,30% em abril para -0,05%.
Os grupos transportes e alimentos continuam sendo os vilões da inflação no ano, respondendo por metade da taxa. O grupo vestuário também continua pressionado pela cotação do algodão, apesar de importações de roupas estarem ajudando a segurar a taxa.
O IPCA acumulado em 2011 está em 3,71%, 0,62 ponto percentual acima da taxa do mesmo período de 2010 (3,09%). Em maio de 2010, a variação tinha sido de 0,43%.
Dentre as variações regionais, a maior alta foi em Belo Horizonte (0,70%), em decorrência de reajustes na taxa de água e esgoto e nas tarifas da energia elétrica. A menor inflação foi a de Brasília (0,02%), onde os combustíveis tiveram queda expressiva, de 3,35% (gasolina, -2,23%, e etanol, -18,04%).
De acordo com comunicado divulgado pelo IBGE, os itens reunidos sob o grupamento denominado "transportes" foram determinantes para a desaceleração do IPCA em maio. De uma alta de 1,57% em abril, o grupo "transportes" passou para uma queda de 0,24% em maio, "em grande parte devido ao comportamento dos combustíveis", diz o texto. O litro do etanol teve queda de 11,34% em maio, depois de subir 11,20% em abril. Foi o principal freio do IPCA. O litro da gasolina desacelerou de uma alta de 6,26% em abril, para um crescimento mais tímido nos preços, de 0,85% em maio.
Outros itens que ajudaram na queda dos preços de "transportes" em maio foram as passagens aéreas, que caíram 11,57% em maio.
Houve também desaceleração dos grupos "Vestuário" (que saiu de alta de 1,42% em abril para 1,19% em maio) e Saúde e cuidados pessoais (de 0,98% para 0,73%).
O grupo "Alimentação e bebidas", por outro lado, continuou em aceleração e fechou maio com crescimento de 0,63%, ante 0,58% em abril. Os itens que mais contribuíram para a carestia foram tomate e leite pasteurizado.

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