quarta-feira, 11 de novembro de 2009

POLÍTICA: Apagão: efeito eleitoral depende da extensão do problema

Do blog do NOBLAT

Sob FHC, em 1999 e 2001, houve falha gerencial e pouca água nos reservatórios.
Custo do apagão/racionamento em 2001 foi de R$ 45,2 bi e eleitor ficou irritado.
Governo Lula e Dilma podem perder o discurso da boa capacidade gerencial.
Do blog de Fernando Rodrigues:
É muito cedo para prever o efeito eleitoral do apagão de ontem. Tudo vai depender da extensão do problema.
Em 1999 e em 2001, quando ocorreram grandes apagões, o custo eleitoral foi para as costas do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
O sistema elétrico era frágil e o volume de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas estava muito abaixo dos seus níveis históricos. Foi preciso impor aos brasileiros um racionamento de energia.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) explorou ao máximo o tema na campanha de 2002. O petista não foi eleito apenas por causa dos apagões de FHC. Mas essa incapacidade gerencial tucana certamente ajudou bastante a tornar possível a vitória lulista.
É fácil entender a razão. Segundo o TCU (Tribunal de Contas da União), o custo do apagão elétrico de 2001 foi R$ 45,2 bilhões, de acordo com uma contabilização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Quem pagou a maior parte foram os contribuintes brasileiros, de maneira direta: R$ 27,12 bilhões acabaram sendo cobrados nas contas de energia residenciais e comerciais. Como se sabe, há uma regra imutável na política: eleitor com menos dinheiro no bolso quase sempre prefere votar na oposição.
Agora, entretanto, há uma grande diferença em relação há 10 anos: os reservatórios de água das usinas hidrelétricas estão em níveis muito mais altos do que no final do governo FHC. Ou seja, o risco de blecautes por causa de falta de capacidade de geração de energia é menor hoje em relação ao que foi há uma década.
O problema parece ser mais de deficiência gerencial –sem contar as nunca totalmente explicadas vulnerabilidades do sistema elétrico brasileiro. Em 11 de março de 1999, às 22h16, um raio teria caído numa subestação de energia em Bauru (SP) e 50 milhões de brasileiros ficaram no escuro em 10 Estados. Ontem, às 22h14, um problema de transmissão de Itaipu teria ocorrido e 15 Estados mais o Paraguai ficaram sem energia.
Em resumo, é quase uma teoria do caos (aquela da borboleta que bate as asas na Austrália e causa um furacão nos Estados Unidos). Se de fato essa fragilidade existe no sistema de energia brasileiro, trata-se de um absurdo incompatível com um país que em alguns anos será a 5a maior economia do planeta, como Lula e seus assessores vivem a dizer.
Há também uma coincidência entre o apagão de ontem e a reportagem da rede de TV norte-americana CBS, no domingo, afirmando que o Brasil está sujeito a ataques de hackers no seu sistema de energia. Todas as autoridades no Brasil negam, mas ninguém dá uma boa resposta aos argumentos técnicos apresentados pela TV dos EUA.

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