quarta-feira, 16 de setembro de 2009

ESPORTE: Renault anuncia desligamento de Flavio Briatore e Pat Symonds

Do UOL Esporte
Em São Paulo
A Renault anunciou nesta quarta-feira que o chefe da equipe de Fórmula 1 Flavio Briatore e o diretor de engenharia Pat Symonds não fazem mais parte da escuderia. A companhia confirmou também que "não vai contestar" as alegações da FIA sobre a armação de resultados no GP de Cingapura de 2008 antes da audiência marcada para segunda-feira.
Briatore e Symonds foram denunciados por Nelsinho Piquet, que disse ter recebido ordens deles para bater de propósito no GP de Cingapura do ano passado a fim de favorecer o companheiro Fernando Alonso, que venceu a corrida. Briatore chegou a dizer que processaria a família Piquet.
"A equipe Renault não vai contestar as alegações recentes feitas pela FIA sobre o GP de Cingapura de 2008", informou um comunicado oficial da escuderia. "Queremos também declarar que o diretor chefe Flavio Briatore e o diretor de engenharia Pat Symonds deixaram o time".
A Renault completou o comunicado reiterando que não vai comentar o caso antes da audiência extraordinária do Conselho Mundial da FIA marcada para a próxima segunda-feira. Na reunião, deverá ser conhecida a defesa da equipe após as denúncias de Nelsinho Piquet e seu pai.
Rumores na imprensa espanhola nesta semana já indicavam que a FIA teria pedido a saída de Briatore como condição para que a Renault não fosse banida - o que também seria uma suposta vingança do presidente da entidade, Max Mosley, contra seu desafeto italiano.
Entenda o caso
Vencedor de dois títulos mundiais à frente da Renault com Fernando Alonso, Flavio Briatore começou a sua decadência no dia 28 de setembro de 2008, quando se reuniu com Nelsinho Piquet e Pat Symonds antes do GP de Cingapura, a primeira corrida noturna da história.
Segundo declarações de Nelsinho negadas por Briatore e Symonds, o piloto foi instruído a forçar a entrada do Safety Car para favorecer a estratégia do companheiro Fernando Alonso, que, mesmo largando em 15º, saiu com pouco combustível. Piquet bateu na volta 13, enquanto o espanhol estava nos boxes.
Nada aconteceu até o dia 30 de julho deste ano, quando Nelsinho, já prestes a ser demitido pela Renault, detalhou a estratégia da Renault naquele GP à FIA. Antes disso, seu pai já tinha conversado com o presidente da entidade, Max Mosley.
A FIA começou a investigar o caso no GP da Bélgica, no fim de agosto, e deixou informações secretas vazarem para a imprensa - incluindo o depoimento completo de Nelsinho Piquet e também os dados da telemetria do carro que comprovam a aceleração do piloto mesmo durante o acidente.
A partir daí, começou uma troca de farpas entre a família Piquet e Flavio Briatore. O chefe da equipe disse que ninguém fez nada errado, chamou Nelsinho de mimado e insinuou um caso homossexual do brasileiro com um homem mais velho. Já o diretor Pat Symonds limitou-se a dizer que a ideia de bater de propósito foi do próprio piloto.
Briatore reuniu a imprensa no GP de Monza, na semana passada, para confirmar que a equipe estaria entrando com um processo criminal por chantagem contra a família Piquet, na Justiça francesa e também no Reino Unido. Enquanto isso, Fernando Alonso dizia que não sabia de nada. Agora, com a saída de Briatore e Symonds, nenhum dos dois deverá comparecer à audiência da FIA, por já não fazerem parte da categoria. Mas podem enfrentar processos criminais caso as acusações sejam verdadeiras. Assim como Nelsinho e seu pai, caso as suas afirmações sejam falsas. O piloto, entretanto, tem a imunidade da FIA por ter feito a denúncia.
A defesa oficial da equipe Renault só será conhecida durante a audiência do Conselho Mundial, que vai decidir o que a FIA vai fazer para tentar finalmente encerrar o caso do maior escândalo que a Fórmula 1 já viu.

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